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Joaquinense montou fogão a lenha com rodas de caminhão
A temporada de frio já chegou e um ícone dessa época é o famoso fogão a lenha. Apesar do nome, sua função não se restringe apenas à culinária. O tal fogão é usado para preparar refeições que, com certeza, têm um sabor especial, mas pela tradição dos serranos, também serve para aquecer ambientes, reunindo família e amigos em um mesmo cômodo – muitas vezes para as famosas rodas de mate, além de ser um importante aliado para secar roupas nos dias mais gelados e úmidos.
Foi em uma reunião com amigos, em volta de um fogão a lenha, que o joaquinense Eduardo Amancio de Oliveira, 22 anos, teve a ideia de criar seu próprio fogão, de forma artesanal. Na casa de um amigo ele viu um fogão feito com panelas de roda de caminhão, o que despertou sua criatividade e a vontade de fazer um igual. “Achei bonito e esquentava muito o ambiente,” explica.
Não demorou muito para que ele juntasse o material que precisava. Para o corpo, usou duas panelas de roda de caminhão, que têm recortes na parte frontal para moldar a porta e uma pequena gaveta coletora de cinzas (feita com pedaços soldados de lata), e na parte traseira, de onde sai o cano direcionador da fumaça. Na parte inferior fez uma pequena abertura e moldou uma grade, que serve para separar as cinzas da brasa.
O suporte do utensílio é feito por pés de um fogão tradicional, que também foram adaptados. Na parte superior, chapa e varão ganharam um formato arredondado além de uma dobradiça, que permite que a parte de cima possa ser aberta, como se fosse uma tampa.
“Dá até pra improvisar uma grelha e usar como churrasqueira”, brinca Eduardo, ao mostrar a profundidade interna do seu fogão que, diferentemente dos tradicionais a lenha, tem um amplo espaço, que permite acumular mais lenha e, consequentemente, o fogo dura por mais tempo.
“Ficou com bastante espaço para armazenar lenha. Geralmente, fogão tem um espaço pequeno, mas aqui [fala abrindo o fogão e apontando para o seu interior] dá pra cortar um cepinho, colocar dentro e deixar queimar.”
Depois de lixar e modelar tudo, Eduardo pintou o fogão com tinta spray térmica, específica para durar mesmo com o calor. Ao todo, ele demorou uma semana para moldar todas as peças, montar os encaixes e pintar a obra de arte. “Já estou até com vontade de arrancar o [fogão] que tem lá dentro de casa e colocar este no lugar”, conta, ressaltando que ainda não fez isso porque pretende vender o fogão que criou.