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Impasse em obra da Rua Honorina da Costa Ribeiro
O que era para ser um alívio para os moradores da Rua Honorina da Costa Ribeiro, no Centro de Lages, está se transformando em uma verdadeira dor de cabeça. Há algumas semanas uma obra começou na rua com o objetivo de amenizar os alagamentos que são recorrentes neste trecho, porém, no meio do caminho, alguns dos moradores que não concordam com a obra, entraram com pedido de embargo da construção. O caso está no Ministério Público que busca um entendimento entre a parte. De um lado, um grupo quer a construção e de outro estão os moradores que desejam saber o real impacto da obra, além disso, caso haja enchente, quem irá se responsabilizar pelos danos.
Moradores que estão há mais de 30 anos no endereço comentam que reclamam à prefeitura desde 2012 por uma solução. Sempre que chove constantemente ou com grande volume, alguns dos moradores são prejudicados, a água invade as casas e há quem fique por horas sem conseguir entrar nas residências por conta do nível elevado de água. A via fica próximo do Rio Carahá, na Avenida Belisário Ramos.
Na tentativa de sanar o problema, os vizinhos se reuniram e entraram com mais um pedido na prefeitura no ano passado e desta vez uma solução foi apresentada. Por meio do Programa PaviLages a rua ganharia uma nova estrutura, com tubulação diferente e mais alta para que água flua diretamente ao rio.
Para viabilizar a obra, os moradores se organizaram e pagaram a parte de uma pessoa que não concorda com o serviço. Assim, os paralelepípedos começaram a ser retirados, e a terra revirada, até que o embargo foi solicitado. Desde então, quem precisa passar por essa rua tem de encontrar outra rota. Quem sofre com a enchente está receoso e com medo de ver a única oportunidade que tinha para escapar dos alagamentos acabar.
MP busca um entendimento
O caso está no Ministério Público na 13ª Promotoria. Reuniões entre os moradores que são contra a construção do elevado e os engenheiros da prefeitura e empresa executora da obra são marcadas para esclarecer a situação. No último encontro, foi definido que os dois engenheiros irão explicar para um engenheiro contratado pelos moradores não favoráveis a obra, de forma técnica, a efetividade dos trabalhos.
O engenheiro da Secretaria de Planejamento, Wilson Besen, explica que a obra é importante para o escoamento da água. “Qualquer volume de chuva já alaga. A rua está um metro abaixo da avenida, o que prejudica o trecho”.
Segundo o engenheiro responsável pela empresa executora da obra, Gilson Zago, todos os estudos técnicos foram feitos e serão apresentados. Ele enfatiza que a rua precisa de uma regularização para que os moradores não sofram mais com a enchente. Zago comenta, ainda, que o grupo de moradores que não quer a obra, alega que a construção irá prejudicá-los, porém, o engenheiro garante que isso não irá acontecer, pelo contrário, beneficiará a todos.
Os moradores que pediram o embargo, alegam que não são contra a obra, somente querem saber quais são as garantias de que depois a água não irá invadir outras casas. Um dos moradores, que prefere não se identificar, questiona “quem pagará os danos caso dê a enchente”. Ele frisa que haverá um impacto ambiental, pois irá alterar a rua.