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Hospital Seara do Bem realiza cirurgia inédita no Estado

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Doutores Pablo e Eduardo e as assistentes Louise, Daniela e Silviane - Foto: Divulgação

O Hospital Infantil Seara do Bem, em Lages, realizou uma hepaticoduodenostomia por videolaparoscopia. O nome complicado se refere a uma cirurgia por vídeo para a remoção de cisto de colédoco tipo I, em um paciente de apenas três anos. Segundo o hospital esse procedimento é inédito em Santa Catarina. 

O procedimento foi realizado pelos doutores Pablo Rodrigo Knihs e Eduardo Costa (cirurgião pediátrico que atua nos hospitais Moinhos de Vento e de Clínicas, em Porto Alegre). O paciente deve ficar seis dias em recuperação no hospital, período muito abaixo que o previsto em uma cirurgia deste tipo, que é de nove dias. 

Segundo a direção do Seara do Bem, o hospital já realiza, há alguns anos, cirurgias por videolaparoscopia e as suas equipes cirúrgicas buscam aprimoramentos e intercâmbios com outros centros, sendo que, já efetuou inúmeros procedimentos por esta via de abordagem, considerada minimamente invasiva, já que apenas alguns orifícios são abertos para o procedimento, o que facilita a recuperação do paciente.

Doença

O cisto de colédoco (CC) é uma entidade rara, sendo mais frequentemente observada em crianças do sexo feminino. A estimativa de incidência na população ocidental é de 1 / 100.000–150.000 nascidos vivos. Ou seja, um caso para até 150 mil pessoas. A etiologia da dilatação congênita do ducto biliar comum ainda não está completamente esclarecida. Há estudos que indicam tratar-se de um defeito estrutural congênito, enquanto outros indicam ser um processo adquirido. 

A explicação mais comumente aceita envolve o refluxo de enzimas pancreáticas, secundário a uma anomalia na junção do ducto pancreático principal (ducto de Wirsung) ao ducto biliar comum. Segundo alguns autores, tal anomalia anatômica pode ser encontrada em até 80% dos pacientes com cisto de colédoco. 

Complicações

A importância do diagnóstico resulta das complicações inerentes à sua evolução: possibilidade de degeneração maligna, risco de obstrução biliar, colangite, rotura espontânea ou traumática do cisto, cirrose biliar progressiva e hipertensão portal.

Nas últimas décadas, o tratamento cirúrgico mais aceito tem sido a exérese do cisto com derivação bíleo-digestiva (hepático-enterostomia em Y de Roux ou hepáticoduodenostomia), em substituição à cisto-enterostomia. Entretanto, com as técnicas minimamente invasivas, a recuperação pós operatória apresenta benefícios as técnicas clássicas descritas acima.

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