Geral
Hipertensão e diabetes afetam 10% dos lageanos
Lages, 22/06/2010, Correio Lageano
Doenças como hipertensão arterial e diabetes se manifestam cada vez mais cedo e já atingem cerca de 10% da população lageana. E as mulheres são as mais afetadas.
Em Lages, apenas os pacientes cadastrados no sistema público de saúde, que apresentam alguma destas doenças ou, as duas, ultrapassam os 16.500, se comparados com a população de aproximadamente 170 mil habitantes, temos 9,9% dos lageanos sofrendo de hipertensão e diabetes.
Os dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram as mulheres ultrapassando os homens em todas as faixas etárias. Para se ter uma ideia, dos 1635 hipertensos que têm entre 45 e 49 anos, 70,8% são do sexo feminino. “A idade é um fator de risco, mas a partir dos 15 anos já se pode ter sintomas”, fala a enfermeira responsável pelo Programa Hiperdia da Secretaria da Saúde, que atende no bairro São Francisco, Franciele Spolti Lorenzeti.
Ela explica que as mulheres são mais afetadas, pois têm mais reações emotivas que os homens. “O lado emocional feminino é bem acentuado, e está comprovado que o estresse está intimamente ligado com estas doenças”, diz.
A presença de adolescentes nos gráficos da secretaria,também preocupa. E, de acordo com a enfermeira, o sedentarismo, os maus hábitos alimentares, o álcool, o fumo e o sódio (sal), são os responsáveis por cada vez mais jovens doentes.
Existente no município desde 2001, o Hiperdia é um programa que cadastra e acompanha o paciente que tem o diagnóstico feito pelo médico, de qualquer Unidade de Saúde do município. “Após o cadastro ele passa a receber as orientações e cuidados necessários, como verificação de pressão arterial, medicamentos entre outros”, explica a responsável.
Franciele esclarece que entre os pacientes cadastrados, 10795 sofrem de hipertensão arterial, outros 395 têm apenas diabetes e 5344 têm as duas doenças, contabilizando 16.534 pessoas.
A enfermeira salienta que no inverno, os sintomas se agravam, tendo em vista que as pessoas se movimentam menos e ingerem comidas mais pesadas. “Nosso clima é propício para o sedentarismo, além disso o frio comprime os vasos do coração fazendo com que a pressão se eleve”, aponta.
11 anos enfrentando a hipertensão
A auxiliar de serviços gerais, moradora do bairro Santa Catarina, Maria de Oliveira Lemos, está com 60 anos. Com 49 descobriu que estava com problemas de hipertensão arterial e desde então procura estar sempre em dia com os cuidados.Ela conta que os sintomas foram dor de cabeça, insônia e cansaço físico, que persistem até hoje.
Quanto às recomendações médicas revela que procura manter uma alimentação saudável, tirar o sal da comida não ingerir bebidas alcoólicas. “Teria de fazer mais atividades físicas, mas como trabalho fora geralmente não faço”, confessa Maria. Porém, acredita que como se movimenta bastante e faz três vezes ao dia o trajeto de 15 minutos, de casa ao trabalho e vice-versa, não está tão fora de forma.
“Também não deixo de tomar meu remédio todos os dias na hora certa”, revela Maria, como o segredo para enfrentar a doença e ter disposição para o trabalho.
hipertensos e diabético cadastrados
Idade Homens Mulheres Total
14 anos 32 35 67
15 a 19 27 27 54
20 a 24 35 58 93
25 a 29 51 103 154
30 a 34 58 203 251
35 a 39 167 428 595
40 a 44 294 789 1083
45 a 49 477 1158 1633
50 a 54 669 1346 2015
55 a 59 755 1444 2199
60 a 64 804 1334 2138
65 a 69 678 1114 1792
70 a 74 547 898 1445
75 a 79 390 629 1019
80 (ou+) 305 551 856
Foto: Edinara Kley