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Família pede comida, brinquedo e material escolar
Com letras grandes e destacadas, assim é a cartinha de Kevin Murilo da Silva, de sete anos, encaminhada à Câmara de Dirigentes Lojistas de Lages (CDL) para a campanha de Natal “Árvore dos Desejos”.
Prestes a ir para o segundo ano, Kevin estuda na Escola de Educação Básica Visconde de Cairu, e seu pedido de Natal não é um carrinho, ou aparelhos eletrônicos, mas sim materiais escolares e uma mochila, todos com tema do Homem Aranha, pois conforme consta na carta, este é o sonho do garoto.
“Como as coisas estão difíceis, sei que meus pais não têm condições de comprar.” Essa é uma das frases escritas pelo menino, tão pequeno, mas ciente da situação complicada que a família enfrenta.
Filho de Maira Graziele Santos da Silva e Lucas Vieira, Kevin tem uma irmã de dois anos, Débora Naeli da Silva. Eles moram em uma casa simples de madeira, na Rua Sebastiana Pereira da Silva, no Bairro Morro Grande.
Foi a mãe quem encontrou a carta do filho enquanto arrumava a casa. Ela ficou surpreendida ao ver que Kevin escreveu uma cartinha, e não pedia brinquedos e sim materiais para estudar.
Ao chegar na casa da família, a reportagem do Correio Lageano foi recebids por Maira e a pequena Débora. Kevin estava na escola, pois estuda período integral, e o pai estava trabalhando.
Conforme a mãe, o filho é dedicado, inteligente e gosta de estudar. “Ele fica o dia todo na escola. Falei para ele pedir algo que realmente goste, pois carrinho quebra e o conhecimento não. Ele quer o material do homem aranha, pois é o ídolo favorito dele”, conta a mãe.
Já Débora, como toda criança de sua idade, quer algo para brincar. Ela pediu uma cozinha de brinquedo, “Ela pega os potinhos e brinca em cima das cadeiras. Faz falta um brinquedo adequado.”
Sobrevivendo apenas com o dinheiro do Bolsa Família, e com os trabalhos informais [bicos], que o marido faz, a renda da família mal dá para o alimento. E para o Natal, o desejo de Maira é ter alimento para realizar a ceia com sua família. “Me sinto impotente por não poder dar as coisas para eles, dói no coração. Meu sonho é ter um emprego para 2020, para ter condições de manter meu lar”, conclui.