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Família espera há 10 anos por casa própria
O serralheiro Maicon Naidi Ribeiro, 26, está há cerca de 10 anos aguardando a doação de uma casa própria pela Prefeitura de Lages. Com o salário que recebe, não tem como pagar o aluguel de uma casa em boas condições para a família de cinco pessoas. Por causa disso, moram de favor no Bairro Ferrovia, em uma pequena casa de cerca de 30 m².
Assim como ele, a esposa também aguarda a oportunidade de levar a família para um lugar melhor. Para que tudo se encaminhe corretamente, a cada três meses Maicon atualiza seu cadastro na Secretaria de Habitação de Lages, onde o avisam que é preciso esperar para conseguir a moradia. Há cinco anos ele mora no Bairro Ferrovia, com a esposa e os três enteados. Com o salario de serralheiro, ainda paga pensão para os dois filhos que moram em Itajaí. “Estou na luta. Já pedi até um pedaço de terra, que meu chefe disse que dávamos um jeito de construir a casa”, ressalta Maicon.
O secretário de Assistência Social e Habitação, Samuel Ramos, explica que atualmente 15 mil famílias econômica e socialmente vulneráveis aguardam por uma nova moradia. Ele ressalta que não existe fila, mas sim preferências para a realocação dessas famílias. Exemplos disso são medidas judiciais, municipais (como mudança de rua, retirada de casas), emergências (como fogo e desabamento) e deficientes e idosos. Por causa disso, Samuel enfatiza que é muito difícil para que jovens famílias consigam receber uma residência e para atender esses casos o município lançou o Lages Meu Lar.
Como funcionará o Lages Meu Lar
Deverão ser construídas cerca de 400 casas de madeira de 30 ou 42 metros quadrados. A mão de obra será de inteira responsabilidade do próprio beneficiário, sempre com a supervisão de um engenheiro credenciado no Conselho Regional de Engenharia (CREA) para certificar a qualidade dos materiais e o acompanhamento técnico das obras.
O Programa está voltado para pessoas com o perfil socioeconômico até a faixa salarial de R$ 2.400 (renda individual). A escolha da instituição financeira será feita mediante processo licitatório em busca das melhores taxas, despesas operacionais, condições e prazos de pagamento do financiamento.
O município pagará oito de 48 parcelas ao longo de quatro anos. Estima-se que as parcelas estejam em torno de R$ 200,00 a 400,00 reais mensais, dependendo do valor do imóvel. O terreno precisa estar regularizado ou ao menos o termo expedido pela secretaria competente de que a área está em território com previsão de regularização fundiária (Programa Lages Minha Terra).