Economia e Negócios
Expectativa é que o preço da maçã aumente para os produtores
Uma maçã menor, mais achatada e com algumas manchas é uma das razões para que o preço da fruta esteja tão baixo e assustando aos fruticultores da Serra Catarinense, principalmente, na cidade de São Joaquim, maior produtora no País.
Entretanto, essas características não podem considerar a fruta de má qualidade, mas têm resultado num preço baixo pago aos pequenos produtores e também àqueles que estão ligados às cooperativas.
O presidente da Cooperserra, Mariozan Correia, esclarece que a atual situação está também ligada à safra do ano passado, que foi grande e de qualidade. Nas cooperativas, os preços afetam diretamente os produtores, mas, por serem cooperados, têm um sistema diferenciado dos demais produtores.
Diferentemente dos pequenos produtores, que entregam a fruta para as empresas que fazem a comercialização para supermercadistas; e recebem o valor na íntegra, os cooperados recebem mensalmente pela venda da maçã.
Desta forma, acompanham a instabilidade do preço. Se num período ela estiver mais cara, o cooperado recebe mais e vice e versa. Além disso, Mariozan explica que os produtores filiados às cooperativas também têm a opção de armazenar a fruta em câmaras frias e deixar para vendê-la quando o preço estiver maior ou pode acontecer de esperarem por uma melhora que acaba não acontecendo.
O presidente acrescenta que, mesmo sendo um safra boa, no ano passado os produtores ganharam cerca de R$ 1 pelo quilo da maçã, devido à grande quantidade da fruta. Ele relembra que em 2016 foi um ano de venda boa, e as empresas chegaram a pagar R$ 1,50 o quilo da fruta.
Estas empresas que fazem a compra da maçã, calculam um preço médio de acordo com a venda da fruta. Cerca de 30% da safra já foi vendida e Mariozan ressalta que, atualmente, o custo para o cultivo está maior do que para vender e este fenômeno ocorreem todas as regiões onde a maçã é cultivada.
Crise econômica
O gerente da Estação Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) em São Joaquim, Marcelo Cruz de Liz, explica que a queda do preço é também, uma questão conjuntural no País.
Devido à crise econômica, ele analisa que o País reage lentamente e em função disso, o consumo cresce pouco. “É um problema de consumo e também uma desvalorização dos produtos agrícolas”, ressalta.
Para que a fruta chegue às gôndolas dos supermercados, existe uma cadeia de produtores, empresários, que termina nos supermercadistas, que não diminuíram sua margem de lucro, mesmo com a queda da quantidade da produção e, por isso, os preços permanecem baixos nas bases.
Amap
O presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pêra da Região, Rogério Pereira, revela que ainda não se sabe quanto as empresas pagarão, porque os valores não foram divulgados. Ele acrescenta que a importação não afeta no preço da fruta serrana, já que a queda do preço afetou todos os países produtores.
A qualidade da maçã caiu em todo o mundo, o que reflete no preço pago pelas empresas que adquirem as produções. Ainda não há uma previsão para a safra 2018, o que deve ser divulgado nos próximos 15 dias, quando as últimas toneladas serão entregues às empresas.
A expectativa, segundo Pereira, é que o preço aumente e seja diferente dos R$ 0,67 oferecidos pela Fisher, primeira a divulgar o valor. Ele ainda acrescenta que um reflexo para esta queda de preço é a lei da oferta e da procura, já que foram produzidas menos maçãs. Pereira ressalta que nem todas estão com qualidade inferior.
O presidente da Amap ainda frisa que a Prefeitura tem auxiliado com a infraestrutura de estradas, que é importe para o transporte seguro da fruta, e no pleito pelos financiamentos diferenciados. Porém, não há como ter influência no mercado e mudar a realidade do baixo preço ofertado pela produção.