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Evento traz autores reconhecidos nacionalmente
Um evento que traz grandes nomes da literatura brasileira, como Emílio Finger, Julián Fuks, Guilherme Fiúza, Luisa Geisler, Daniel Munduruku e Luiz Ruffato, está ocorrendo, em Correia Pinto, no Centro de Eventos Alexandre Júlio.
O Festival Literário de Correia Pinto tem entrada franca e várias atrações: feiras, palestras, concurso de redação, live paint (pintura ao vivo), concurso de fotografia, musical aventura das letras, brinquedos, campeonato de xadrez, robótica e concurso de desenho.
A programação segue até o dia 31 de agosto e na quarta-feira (28) o CL teve a oportunidade de entrevistar dois dos convidados: Daniel Munduruku e Julián Fuks. Ambos vieram de São Paulo e desembarcaram no aeroporto de Lages para seguir viagem a Correia Pinto, onde ministrariam palestras.
Doutor em Literatura pela Universidade de São Paulo (USP) e vencedor do prêmio Jabuti, na categoria Ficção com o livro A resistência, Fuks explica que hoje reflete a relação da literatura com o presente, através da política e vida íntima, e outros meios. Escritor há 17 anos, a maioria de suas obras é de ficção e pretende, no evento, trocar ideias e expandir seus horizontes.
Descendente do povo Indígena Munduruku, doutor em educação pela Universidade de São Paulo e pós-doutor em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos, Daniel Munduruku traz em seu portfólio a visão do indígena sobre os acontecimentos.
Ele reflete sobre as queimadas na Amazônia com um ar preocupante. “Fico muito triste porque está ganhando uma dimensão física com o fogo e uma dimensão política, que vai incendiando cada vez mais as relações entre as pessoas.”
Outro ponto que ele faz uma reflexão é sobre o papel do indígena no Brasil, que vem sendo excluído e até, segundo ele, sofrendo preconceito pelo Governo Federal. “O presidente repete o discurso do colonizador, que prefere explorar a terra e excluir o povo indígena. Nós não somos um povo do passado, há tribos até hoje, resistimos, defendemos o território e isso não atrapalha o progresso, esse discurso é para justificar a invasão das terras indígenas.”
Autor de mais de 50 livros, dedicados em sua maioria à cultura indígena, ele é reconhecido no Brasil e no exterior e faz palestras mundo afora. A temática indígena dos livros tem como foco crianças, jovens e adultos. “Minha literatura é militante, além de ser escritor, sou parte de um povo que se faz presente até hoje”.