Geral
Entrevista com Carlos Eduardo de Liz, presidente da Acil
Colaborou Jordana Boscato
Correio Lageano: O senhor desempenha várias outras atividades, a exemplo da função de diretor da Uniplac e conselheiro do Banco da Família. Com tantas ocupações, por que decidiu se candidatar a presidente da Acil?
Carlos Eduardo de Liz: Foi um consenso dentro da atual diretoria, que cabe salientar que o consenso é salutar para a instituição. Nós, enquanto plataforma de trabalho, seremos a continuidade do trabalho que vem sendo feito pelas pessoas de forma espontânea, sem ser remunerado; mas temos a remuneração das relações. Então, é valorizar o que os ex-presidentes bem fizeram até hoje, e implementar algum crescimento, algum desenvolvimento diferenciado, principalmente apoiando o jovem empresário, apoiando a mulher empresária, que tem trabalho significativo, por exemplo, trabalhar com o desenvolvimento regional sustentável.
O senhor foi um dos responsáveis pela recuperação da Uniplac, quando a universidade passou por uma de suas piores crises financeiras. Isso o credencia como gestor. Enquanto gestor, o que planeja para a Acil?
O que nos credencia é a satisfação de termos uma herança familiar, o empreendedorismo. O meu pai teve empresa há muitos anos; aposentado agora, foi um dos fundadores da CDL, vice-presidente na Associação Empresarial quando o seu Baggio foi presidente. Então, isso inicia nosso credenciamento, mas lógico que, por si só, a herança não é só isso que nos credencia e, sim, um legado empresarial. Eu tenho uma empresa de recuperação de ativos há muitos anos, e fomos chamados pela CDL e pela Acil para contribuirmos na Uniplac, para fins de retomarmos um patrimônio nosso. Dando continuidade ao trabalho, conseguimos um reposicionamento muito interessante, onde saímos de uma situação bem crítica e, hoje, estamos numa situação de investimento e crescimento. Mas lá é uma contribuição à comunidade, porque hoje nosso trabalho pujante está muito ligado ao banco da família, onde a Isabel Baggio é presidente e eu sou o conselheiro administrativo. O banco surgiu dentro da Associação Empresarial e hoje está nos três estados do Sul, o que nos orgulha muito. Considerado o melhor banco de microcrédito no Brasil.
Em relação ao histórico empresarial, já possui diversas experiências e isso evidentemente você acredita que vá contribuir bastante na sua gestão na Acil?
Certamente isso contribui, mas eu vejo que o espírito agregador é o mais importante. Nós conseguimos, e quero salientar, os nossos ex-presidentes que estão compondo nossa chapa. Temos a Isabel Baggio, Paulo César Costinha, Roberto Amaral, o meu guru que vem sempre nos acompanhando, Luiz Spuldaro, são pessoas que têm nos dado apoio e salientando o apoio incondicional do atual presidente Sadir Montemezzo, que construiu a nossa chapa no sentido de apoio e continuidade em seus trabalhos.
O senhor acredita que a iniciativa privada deve participar mais efetivamente das ações pelo desenvolvimento de uma sociedade? De que forma a Acil pode contribuir nesse sentido?
Nós temos a questão da tríplice hélice, que até o Roberto repete muito essa questão e eu concordo. Nós temos a questão do Poder Público, privado e do terceiro setor, que se trabalharem em conjunto, realmente contribuem com o desenvolvimento regional. Agora, a essência empresarial é significante para o desenvolvimento regional. A Acil pode e já vem contribuindo há muito tempo com o desenvolvimento e com as ações. Vou exemplificar uma ação que nós temos, que por conta do jovem empresário, estamos criando um observatório econômico. Então, esse observatório econômico vai saber o que perguntar à região, para saber o que ele precisa da região. Isso é importante se houver um engajamento de todas as instituições; uma região forte, uma região com instituições forte. A essência de nós termos instituições fortes. Nós temos de torcer para que todas vão bem. Os clubes sociais e empresariais precisam ser fortes, você quer uma sociedade forte, precisa ter um Poder Público forte, um poder privado forte. Essa é a bandeira que nós queremos levantar. E antecipo, quando fomos convidados, porque não era a intenção no momento, liguei para os parceiros de outras instituições dizendo: “Vamos trabalhar em comum para a região, vamos trabalhar para o desenvolvimento da região, fortalecendo as instituições, tendo um discurso único?”. Liguei para o Marcos Tortelli, liguei para outras instituições de outros presidentes, e todos foram unânimes. Eu vejo que é um momento ímpar para a nossa região, para catalisar o que já foi feito até hoje, com possibilidade de juntar duas instituições, fortalecê-las e assim desenvolver a região. E a principal pergunta é: O que nós queremos para a nossa região? Queremos manter a segurança? Manter a possibilidade de almoçar em casa? Porque nas grandes cidades você não consegue sair para almoçar em casa. Queremos o quê para nossa região? Queremos um pólo de ensino? São essas questões que as instituições precisam saber responder, por isso o observatório econômico.
Na sua opinião a região está procurando um rumo ainda?
Eu digo que a região já tem seu rumo, ela precisa fortalecer esses rumos. Às vezes, tem esse discurso, mas a região tem rumo, porque senão, não estaria ali. Mas uma coisa é termos um rumo e outra é fortalecermos esse rumo.
Como o senhor mencionou, uma de suas propostas de sua gestão é trabalhar em parceria, entre os parceiros, um trabalho forte com a CDL, explique de que forma a Acil pretende trabalhar em parceria com a CDL?
Pelo fato de já ter nascido no meio das duas instituições, nós temos uma excelente relacionamento institucional e pessoal. O fato é que nós já nos comprometemos institucionalmente, de pegarmos bandeiras e levantarmos bandeiras em comum. Cada um vai cuidar da sua instituição internamente, mas bandeira de desenvolvimento nós vamos levantar juntos. Essa é a nossa política institucional, para quando chegarmos num Poder Público ou privado ou outro poder, chegarmos com o mesmo discurso.
Qual a primeira bandeira que vocês vão levantar?
Precisamos primeiro de comum acordo, ver quais são elas, [pois] temos várias. Mas temos de escutar as outras instituições. Não adianta a Acil dizer que é A ou B; precisamos dialogar. Mas esse caminho de diálogo já está bem aberto.