Economia e Negócios

Empresários estimam queda de até 90% nas vendas

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Com menos pessoas circulando pelas ruas, abastecimento de veículos reduziu drasticamente Foto: Marcela Ramos

Para conter a propagação da Covid-19 em Santa Catarina, o Governo do Estado baixou decretos que, desde 18 de março, interromperam diversas atividades em todo o território catarinense, mantendo em funcionamento apenas os serviços considerados essenciais.

Desde a última segunda-feira (6), o governo autorizou a retomada de algumas atividades, como a de profissionais autônomos, porém, obedecendo a uma série de exigências para garantir o convívio seguro com a doença.

A medida, necessária para tentar evitar um colapso no sistema de saúde, trouxe consequências para a economia, muitas delas, ainda incalculáveis e sem prazo para recuperação. No setor dos combustíveis, por exemplo, os empresários de Lages estimam que houve queda de até 90% nas vendas desde o dia 18.

O setor não precisou paralisar as atividades, pois é considerado um serviço essencial à população. Porém, com a restrição de convívio social e com as pessoas saindo menos de carro, os veículos não precisavam ser abastecidos com a mesma frequência.

Ao saber do decreto que obrigaria a paralisação de inúmeras atividades pelo Estado, o vendedor Thiago Allegretti, encheu o tanque do carro da família, mesmo sabendo que todos ficariam muito mais tempo em casa.

“Antes [da quarentena] eu abastecia o carro uma vez por semana, em média R$ 150. Uso o carro para trabalhar todos os dias, mas com a quarentena não rodei mais e acabei não consumindo [o combustível] até agora”, conta.

A empresa em que ele trabalha pertence ao ramo da construção civil, por isso, ficou fechada de 18 a 31 de março, retomando as atividades em 1º de abril, liberada por um novo decreto estadual. Como Thiago abasteceu na metade de março, mas ficou a maioria dos dias apenas em casa, com pouquíssimas saídas, quando voltou a trabalhar não precisou reabastecer.

A atitude de Thiago foi a mesma de inúmeros consumidores, o que resultou na drástica queda de venda nos postos de combustíveis. “Foi uma queda muito drástica. Desde o momento que iniciou-se o isolamento, o movimento caiu em 90%. Começou a melhorar um pouco na semana passada, mas ainda tá muito fraco. As vendas subiram de 10% pra 30%, no máximo, em comparação com o movimento normal”, comenta o empresário do setor, Osmar Dematé.

Dono de uma rede com três postos em Lages, Airton Sirtoli também relata uma drástica queda nas vendas: em seus estabelecimentos, a diminuição chegou a 80%. Para se adequar a este período, ele reordenou a forma de atendimento aos clientes.

Seus postos, que antes atendiam das 6 horas às 22 horas, ou até mesmo ficavam abertos 24 horas por dia, passaram a funcionar apenas das 7 horas às 19 horas e com quadro de funcionários reduzido: apenas um caixa e um frentista por turno.

“Pra superar isso, queria aconselhar a população pra que comprem no comércio dos seus bairros, abasteçam nos postos dos seus bairros. Precisamos ajudar os pequenos agora, em vez de comprar em empresas que não geram benefícios para a cidade. Compre do local, ajude o teu vizinho do bairro”, comenta.

Em meio a essa situação provocada pela restrição do convívio social, Sirtoli garante que está fazendo a sua parte para ajudar os comerciantes mais próximos: fez uma parceria com uma empresa que vende chocolates e, por ser do comércio, não pode abrir as portas.

“Eles investiram muito nos produtos de Páscoa, mas não podem vender. Então, pra que o prejuízo seja menor, ofereci pra eles exporem os ovos de chocolate no posto. A gente fez essa parceria pra ajudar o comércio local”, completa.

Queda no preço da gasolina

Um levantamento feito pela ValeCard apontou que o preço da gasolina no Brasil caiu 1,81% em março, devido a diminuição da circulação de pessoas provocada pelas medidas de restrição social que visam coibir o avanço da Covid-19.

O preço médio da gasolina comum no país, em março, foi de R$ 4,598, 1,81% menor que em fevereiro, quando a média era de R$ 4,683.

A ValeCard publicou uma nota na qual informa que, de acordo com a plataforma online de monitoramento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o tráfego de veículos caiu 58% no Brasil em março. Conforme levantamento da ValeCard, em Santa Catarina a gasolina comum custa, em média, R$ 4,291, o que faz com que o estado tenha um dos menores preços do país.

Um levantamento feito pelo Correio Lageano apontou que, em janeiro de 2020, o preço da gasolina comum variava de R$ 4,29 a R$ 4,37 em Lages. Na última semana, essa variação estava entre R$ 3,67 e R$ 3,99.

1 Comentário

1 Comentário

  1. Wagner

    08/04/2020 at 11:53

    Esperamos que assim que voltar ao normal, os proprietários de postos não queiram estorquir o povo, elevando novamente os preços à esferas exorbitantes.
    Espero que tenham consciência e saibam ter lucro sem crucificar o consumidor.

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