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Em São Joaquim, situação de prédios públicos chama a atenção

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Reparos no telhado do Centro de Informações Turísticas deve ser concluído dentro de duas semanas - Fotos: Núbia Garcia

Seja por estar passando por obras ou por estarem abandonados e sem receber manutenção, a situação de alguns prédios públicos localizados em São Joaquim, na Serra Catarinense, tem chamado a atenção dos moradores.

Quem chega ao Centro, ao passear por um dos principais pontos da cidade, a praça Cesário Amarante, se depara com o Centro de Informações Turísticas e a Casa da Cultura fechadas. De acordo com o prefeito Giovani Nunes, o Centro de Informações está fechado há algumas semanas, pois devido às chuvas de maio, muitas goteiras ficaram evidentes. Por este motivo foi necessário executar a substituição do telhado deste imóvel e do prédio que abriga a Casa do Turista, localizado nos fundos do Centro de Informações.

Utilizando mão de obra e recursos próprios, a prefeitura está executando melhorias nos telhados dos dois imóveis. Segundo Nunes, a Casa do Turista está funcionando normalmente, apesar da obra, e o serviço deve ser concluído dentro de duas semanas.

A situação da Casa da Cultura, que fica localizada na esquina da praça Cesário Amarante, é um pouco mais delicada. Ela está fechada há cerca de três anos, desde quando teve início uma reforma interna. Nunes explica que a empresa executora – a mesma que estava contratada para restaurar o Centro de Informações – declarou falência e abandonou o serviço.

Por se tratar de uma obra mais complexa, o município não tem condições financeiras, tampouco mão de obra especializada para dar andamento à reforma da Casa da Cultura. “Precisamos fazer [a obra] com uma empresa especializada, pois há uma série de adaptações necessárias. Atualmente estamos na etapa de adequação do projeto pra relicitar o serviço”, explica o prefeito.

Casa da Cultura está fechada há três anos. Prefeitura está adequando o projeto pra relicitar o serviço

Imóveis do Estado estão abandonados

Além destes três imóveis que pertencem ao município, a condição de outros dois prédios públicos – que são de propriedade do Estado – está preocupando os moradores das redondezas. Trata-se do prédio que abrigava um núcleo de especialização profissional (NEP), localizado no Bairro Cohab II, que está fechado há mais de uma década; e o antigo presídio da cidade, situado no Centro, que está desocupado há quatro anos.

Ambos os imóveis estão em visível situação de abandono. O antigo NEP está com as janelas quebradas, algumas tampadas por lonas, e foi transformado em uma espécie de depósito de materiais inservíveis e pneus.

“Moro aqui há 30 anos e tenho vergonha de como este local está. Antigamente funcionava uma creche, aconteciam jantas para arrecadar dinheiro para a população, tinha cursos de pintura e de corte e costura. Era um lugar muito bem organizado, tinha uma cozinha muito boa e eles tratavam muito bem das crianças”, comenta a dona de casa, Teresinha Dom Flores, 70 anos.

O antigo presídio está com os portões trancados e o mato tomou conta do pátio. Cláudia Goulart, 45 anos, e a família moram em frente há 10 anos. Ela conta estar assustada com a condição que o local está.

“Está fechado há quatro anos. No primeiro ano sempre vinha alguém roçar, mas depois nunca mais apareceu ninguém. Desse matagal vem bichos peçonhentos, aranhas e até caramujos e lagartos. A gente se sente de mãos atadas porque não tem o que fazer. Se ao menos pudesse ir lá roçar e limpar”, conta.

Imóvel que já foi usado como creche e oferecia cursos profissionalizantes, no Bairro Cohab II, virou depósito de inservíveis

Prefeitura quer os imóveis

O prefeito Giovani Nunes explica que, por se tratar de edificações de propriedade do Governo do Estado, o município não tem como intervir para que estes imóveis voltem a ser ocupados. Porém, segundo ele, já foram apresentados ao governo ofícios com pedidos para que os dois prédios (do NEP e do Presídio) sejam cedidos à prefeitura, que usará ambos para oferecer serviços à comunidade local.

“Pro Estado se torna um problema, porque não tem manutenção e gera custos, e o município precisa [destes locais] porque a gente tem falta de vaga em creche e quer abrir unidades escolares. Pra nós seria de ótima utilidade”, avalia.

Embora não seja responsabilidade da prefeitura, o órgão já promoveu o corte de grama e limpeza no entorno do NEP. Segundo Nunes, o mesmo não é feito no pátio do presídio porque o local encontra-se trancado e sem acesso.

Por receber manutenção, o mato tomou conta do pátio do antigo presídio, o que provoca a propagação de diversos insetos e outros animais

Estado faz levantamento

Em nota, a Secretaria de Estado da Administração informou que em janeiro deste ano, mediante um decreto assinado pelo governador Carlos Moisés da Silva, uma comissão formada por servidores da pasta iniciou um minucioso trabalho de levantamento de todos os bens imóveis do Estado.

“Os objetivos, além de avaliar as situações físicas de cada local é legalizar pendências cartorárias ou judiciais e melhorar o sistema de gestão e acompanhamento dos imóveis catarinenses. Até que o trabalho da comissão seja finalizado, todas as movimentações imobiliárias estão suspensas. A medida é essencial para permitir a conclusão do trabalho”, informava a nota.

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