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Em Lages, 70% dos funcionários do Correios estão parados
Cerca de 70% dos funcionários dos Correios, em Lages, aderiram à greve nacional da estatal, que teve início na terça-feira (10). A informação é da representação local do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina (Sintec/SC). Por outro lado, a estatal ameniza o movimento, fala em “paralisação parcial” e diz que colocou em prática o plano para “minimizar os impactos à população”.
Reajuste salarial com reposição da inflação, manutenção de direitos trabalhistas e o posicionamento contrário à privatização dos Correios são algumas das pautas da greve. De acordo com o dirigente sindical Marcelo Cardozo, que é representante do Sintec/SC em Lages, os Correios ofereceram um reajuste salarial de 0,8% para a categoria. O reajuste não atinge o patamar da inflação de 2018, que fechou o ano em 3,75%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil.
Segundo Cardozo, a estatal apresentou ao sindicato uma proposta com uma lista de, ao menos, 19 direitos que podem ser retirados dos trabalhadores, como o vale-alimentação nas férias, o vale-cultura, redução do repouso remunerado e redução do valor pago nas férias, que atualmente é de 70%, mas pode ser reduzido para 33%.
“Isso [direitos] tá no nosso acordo coletivo. Em média, essa retirada de direitos representa uma perda de R$ 5 mil por ano para cada trabalhador. Não tem como a categoria aceitar uma proposta dessas”, comenta Cardozo.
Privatização
No fim de agosto, o Governo Federal anunciou que pretende privatizar os Correios e outras oito estatais. Atualmente, a Empresa de Correios e Telégrafos é uma instituição pública de direito privado, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
A categoria também está se posicionando contra essa possibilidade de privatização. “Quem perde com a privatização é a população. Hoje, as entregas são livres, não têm monopólio dos Correios. O monopólio dos Correios é a carta. Encomenda é livre, o cidadão pode postar com a concorrência. Privatizando vai ficar tudo mais caro,” explica o dirigente sindical, ressaltando que a privatização é inconstitucional, uma vez que a Constituição Federal preconiza que a União é responsável pelos serviços postais.
A greve permanece por tempo indeterminado, até que Correios e os sindicatos entrem em um acordo. Em Lages, o piquete dos grevistas está na Central dos Correios, localizada na Avenida Belisário Ramos. Segundo Cardozo, não há previsão de parada total dos serviços, pois mesmo que a greve avance por muitos dias, os serviços essenciais serão mantidos.
Nota oficial
Em nota, os Correios informaram que a paralisação é “parcial” e que “não afeta os serviços de atendimento da estatal”. A nota divulgada ontem destaca que empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios, para minimizar os impactos à população. “Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.”
Contrariando o que dizem os sindicatos, os Correios informaram, na mesma nota, que até a tarde de quarta-feira, 82% do efetivo total dos Correios no Brasil estava trabalhando regularmente e, em Santa Catarina, o percentual de funcionários que não aderiram à greve era de 79,23%. Em Lages, segundo a nota, a agência está com atendimento normal e o CDD encontra-se com mais de 50% do efetivo presente, informação que também contraria os dados divulgados pelo Sintec/SC.
Julio cesar Simão oliveira
13/09/2019 at 18:24
Os correios tem seus deveres mas tem acima de tudo seus diereitos tambem.