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Elas transformam reciclados em peças de decoração

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Foto: Bega Godóy

Com técnicas como patchwork, marcenaria, arte em vidros e outras, as mulheres que se encontram ao menos quatro vezes por semana na casa da dona Solange Souza transformam o que ganham e garimpam, em objetos para consumo próprio. Cada uma faz o seu e, às vezes, alguns objetos são comercializados. Ma, para o grupo, o importante é a execução, vender é o que menos importa.

Ocupar-se com trabalhos manuais pode ser salvador para muita gente. E foi por causa dessa atividade que a Solange saiu de uma situação difícil.

Quando fez o primeiro artesanato? Como foi o primeiro projeto? Disso, ela nem lembra. Mas tem bem vivo na memória o período em que a produção de peças a livrou do tédio e da depressão. Solange foi radialista por 25 anos e se viu desempregada, situação que a deixou desnorteada. “Quase surtei”, relembra.

Hoje, a artesã abre as portas da casa para que mulheres se inspirem e aperfeiçoem o talento na fabricação de tudo um pouco, desde colchas de retalhos a pequenos bibelôs. Para isso, ela montou o grupo “Mulheres da Arte”, no ano passado, iniciando com três pessoas. O projeto foi crescendo, outras mulheres foram chegando e trocando conhecimento. Agora, as reuniões acontecem ao menos quatro dias por semana. O material é sempre reciclado e fornecido por parceiros que Solange conquistou ao longo do projeto.

A começar pelas peças de tecido, o material vem de diferentes confecções da cidade. “Cada um tem uma habilidade e as compartilha com o grupo”, diz Solange. São velhas técnicas aprendidas, algumas com mulheres mais velhas da família, outras baseadas em trabalhos publicados em revistas e outros meios, mas o resultado da variada produtividade é a imaginação e a criatividade colocadas em ação ao reaproveitar algo que as pessoas dispensam.

“Fazemos produtos também para datas específicas, como o Dia das Mães e a Páscoa. Agora, estamos concentradas nos objetos alusivo ao Natal”, explica ela, que também restaura, juntamente ao grupo, até móveis. Lá, nada é jogado fora. “Há dias que me dedico à produção só para presentear. Adoro presentear os amigos e a família”, diz Solange ao lembrar que no grupo há duas adolescente. E essa é a ideia – dar oportunidade às jovens de participarem de uma aposta que traz desafios, a beneficiar-se do poder restaurador do artesanato ao criar os objetos. “Basta praticar e contemplar o resultado”, observa.

A artesã tem planos de montar uma ONG para ajudar mais pessoas. “Entendo que temos de ser fraternos. A fraternidade é universal e levo isso como um lema de vida”, finaliza.