Economia e Negócios

Edificações residenciais e comerciais deverão ganhar novo impulso em 2020

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Leandro trabalha como eletricista há 10 anos e pode dizer que nunca falta emprego - Foto: Bega Godóy

Desde segunda-feira (17), as empresas podem contrair crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal com juros mais baixos. As novas regras foram anunciadas no dia 12 de fevereiro pela instituição bancária.

O banco reduziu as taxas das operações corrigidas pela Taxa Referencial (TR) e anunciou duas linhas de crédito para o setor da construção civil, indexadas pela inflação ou pelo certificado de depósito interbancário (CDI). Segundo a Caixa, para todas as modalidades as taxas de juros serão definidas de acordo com o perfil e relacionamento da empresa.

Taxa Referencial

As taxas dos financiamentos corrigidos pela TR caíram cerca de 30%, passando de TR mais 9,25% ao ano para TR mais 6,5% ao ano para as empresas com conta na Caixa. Para empresas sem relacionamento com o banco, a taxa cai de TR mais 13,25% ao ano para TR mais 11,75% ao ano.

IPCA e CDI

Os financiamentos corrigidos pelo CDI ou pela inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) valem para duas modalidades. A primeira é Apoio à Produção, mais conhecida como Imóvel na Planta. A segunda é Plano Empresa da Construção Civil, conhecida como Plano Empresário, destinada à construção de imóveis e que permite o financiamento para pessoas físicas quando 80% do empreendimento estiver construído.

Para as linhas corrigidas pela inflação, as taxas variam de IPCA mais 3,79% ao ano para IPCA mais 7,8% ao ano. Os financiamentos indexados ao CDI terão duas modalidades de cobrança: uma com taxas que variam de CDI mais 1,48% ao ano a CDI mais 5,4% ao ano e outra entre 119% a 194% do CDI.

As linhas de crédito imobiliário para pessoas jurídicas têm até 36 meses de prazo de construção e de retorno (quando o dinheiro investido começa a ser recuperado). O tomador pode começar a pagar as parcelas até 12 meses depois da assinatura do contrato.

Na Serra Catarinense

O setor da construção civil abre o ano de 2020 com perspectivas de crescimento também na Serra Catarinense, segundo as principais entidades do segmento. O presidente do Sindicato das indústrias  da Construção Civil, de Lages, Fabiano Ventura, disse que o setor está otimista e, embora não tenha levantado números, esse crescimento representa um grande potencial para a criação de postos de trabalho. A construção civil é a primeira a sair da crise. É um sinal de  recuperação

Segundo Ventura, um momento bom  para impulsionar investimentos em construção de edificações para venda ou aluguel ou para quem deseja reformar o local onde vive, por que deixar dinheiro no banco não está valendo a  pena, uma vez que o imóvel valoriza mais do que, por exemplo, aplicar em poupança . “A redução de juros e facilidade de financiamento combinados aquecem e incentiva as pessoas a construírem ou contratarem construtora ou até comprar um imóvel”, explica.

Em outras ocasiões, a Caixa Econômica Federal dificultou o acesso à financiamentos e nem todos tiveram acesso. Para o presidente , o Governo Federal fez a coisa certa, pois o setor da construção civil ajuda a gerar empregos e cada vez que o setor é aquecido há geração de empregos nas camadas sociais mais baixas,  a mão-de-obra contratada acaba injetando dinheiro na economia.

“São essas pessoas que fazem o dinheiro girar por meio do supermercado, do posto de combustível, alavancando a economia no geral”, sustenta.  Ventura adianta que percebe o crescimento pela reação dos envolvidos no setor. “Temos o retorno do associado e medimos por aí.”

O presidente crê que é o momento certo de anunciar juros baixos e facilidade de financiamento porque é nesse período no qual definimos os objetivos para o ano. “Momento propício, quando as pessoas tomam decisões. E levando-se em conta que costuma-se dizer que o ano começa depois do Carnaval, é quando se põe em prática o que foi decidido na virada do ano.

O setor de edificações residenciais aumentará o ritmo de crescimento, impulsionando o segmento de serviços especializados, enquanto as obras de infraestrutura devem seguir mantendo um ritmo lento de recuperação.

Seu Vandillho Arcangelo Wolinger é encarregado da equipe que trabalha numa construção, no Centro de Lages. De acordo com ele, a obra está projetada para ter quatro andares. Um está pronto. O segundo está quase concluído e os dois últimos precisam ser levantados e, por essa razão, haverá contratação.

“No início da obra éramos 15 pessoas, e deve continuar com o mesmo número. Atualmente, estamos trabalhando com equipe reduzida, pois a obra está na fase de acabamento, mas para os outros andares vamos precisar de reforço”, explica    

Empregos  2019

  • Lages: 1.078
  • Serra: 1.087
  • Santa Catarina: 6.452
  • Brasil: 60.629  

Minha Casa Minha Vida

Um ponto de interrogação do setor é o programa Minha Casa Minha Vida, que deve sofrer alterações e ganhar até um novo nome em 2020. As entidades afirmam que têm preocupação em relação ao programa, considerado um dos pilares do segmento no país.

No caso das grandes obras de infraestrutura, a previsão ainda é de um crescimento modesto. A expectativa é que diversas licitações aconteçam neste ano, mas que as obras só comecem em 2021.

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