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Décio Lima (PT), candidato ao Governo de Santa Catarina

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Foto: Divulgação

Fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Catarina, Décio Lima (ex-prefeito e ex-vereador em Blumenau) concorre ao Governo do Estado encabeçando a coligação “O Povo Feliz de Novo”. Com chapa pura, seu vice é o advogado e prefeito reeleito em São Domingos, no Oeste, Kiko Oliveira.

Bem colocado nas pesquisas eleitorais, Décio acredita na possibilidade de levar o pleito para o segundo turno e eleger-se. Como nunca foi governador, define-se como a renovação da política em Santa Catarina. Concedeu entrevista para o Correio Lageano em breve passagem para campanha em Lages, no início de setembro. Em sua campanha, defende temas como a garantia dos direitos das minorias, extinção das Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs) e a implementação de um governo itinerante.

Correio Lageano: O senhor defende a extinção das ADRs. Extinguindo, como o governo do estado estará perto dos municípios, especialmente os menores?

Décio Lima: Eu vou ser um governador itinerante, eu não vou ficar preso à burocracia e ao aparelho de Estado. Quando alguém quiser que eu assine um papel, ou despache um assunto, vai ter que me achar em algum cantinho de Santa Catarina. Eu vou ser um governador pisando os 295 municípios de Santa Catarina, sem parar, durante quatro anos. Além disso, eu vou construir um processo diferente, verdadeiro, de descentralização. Nós vamos, junto com as 21 Associações dos Municípios, que se organizaram historicamente do ponto de vista regional, fazer um verdadeiro processo de descentralização com os prefeitos, com as entidades da sociedade, com a presença permanente do governador. O governador levando a caneta e levando o poder. O que é o poder? O orçamento, pra discutir com a comunidade, regionalmente, os problemas, e ali permitir que o orçamento seja participativo, decidido horizontalmente e que a comunidade, na região, possa decidir aquilo que é prioridade e o governador itinerante vai executar a vontade permanente da sociedade.

O senhor já se atualizou sobre a atual situação financeira e da estrutura de funcionamento do Governo?

Eu tenho um diagnóstico, quero te dizer que eu não me assusto com o diagnóstico do Estado, não porque ele não seja grave, mas eu já enfrentei várias adversidades dessa natureza. Eu recebi a Prefeitura de Blumenau, da qual fui prefeito por oito anos, com três folhas de pagamento atrasadas. Uma cidade que não tinha nem crédito pra comprar remédio pra leptospirose, quando foi tomada pela enchente. O problema do estado de Santa Catarina tem solução. Qual é a solução? Renovar! Se continuarmos os mesmos nesse processo, primeiro que os interesses do povo de Santa Catarina sempre serão substituídos pelos interesses menores dos partidos políticos, que é o que se transformou, por exemplo, essas ADRs. Santa Catarina tem que romper com este processo que, lamentavelmente, tomou de assalto o estado de Santa Catarina, em detrimento dos interesses do nosso povo. Só com a extinção das ADRs, nós já vamos trazer uma economia de R$ 644 milhões por ano. Pasmem de que hoje, nesse momento, outros R$ 6 bilhões, já é a previsão para 2019, são dados generosamente de renúncia fiscal, sem qualquer critério, com as cadeias produtivas e com os empresários de Santa Catarina. Eu vou interromper esse processo, construir uma nova convenção com o setor produtivo para que ele possa, efetivamente, gerar emprego e aquecer a economia. Hoje, um emprego em Santa Catarina, por conta desses R$ 6 bilhões de renúncia fiscal, custa R$ 406 mil. Isso não existe no mundo, nem em Nova Iorque nem em Londres. Há um processo de toma lá dá cá no nosso estado, feito numa mesinha de um gabinete, aonde meia dúzia apenas de empresários, lamentavelmente se beneficiam da renúncia fiscal, aonde o estado deixa de cumprir a sua carga tributária e com isso, se transformou o estado de Santa Catarina com estes números que são absurdos do ponto de vista das exclusões nas várias áreas da educação, da saúde, da geração de empregos e da segurança pública.

O senhor está muito bem posicionado nas pesquisas. Num possível cenário de segundo turno, o senhor aceitaria fazer coligações com partidos que, historicamente, são rivais do PT?

O problema não é as coligações, o problema é a forma como as coligações são feitas. As coligações têm que ser feitas dentro dum conteúdo. Eu não vou mudar o meu conteúdo de renovar, de fazer um governo itinerante, de fazer um estado presente na vida do povo catarinense, por conta de qualquer aliança. As alianças serão bem-vindas no segundo turno, mas vão ter que saber que nós temos uma grande aliança, que é com o povo de Santa Catarina. Essa eu não abro mão, porque essa, está impulsionando, inclusive, a possibilidade efetiva de eu ser governador do povo catarinense. E o povo catarinense vai tomar uma decisão, tenho plena convicção, justamente neste processo de mudança, de renovação.

Por que o senhor deve ser eleito?

Eu quero ser eleito porque eu quero ser um governador que toque a vida das pessoas. O povo da Serra precisa ser tocado. O diagnóstico da nossa Região Serrana, é um diagnóstico que a população precisa tomar conhecimento. A região serrana está esquecida pras políticas humanas. Eu aprendi, na vida pública, que a obra mais importante de qualquer governante são as obras humanas, é as obras de tocar a vida das pessoas. Eu aprendi isso, inclusive, quando fui oito anos prefeito de Blumenau. Eu não quero ser governador e imaginar que um estado como o nosso possa ter crianças na rua, possa cometer feminicídio, uma mulher é assassinada em Santa Catarina por semana, um estado que deixa meio milhão de pessoas na fila pra ser atendida pela saúde, que tem 422 mil jovens, nesse momento, à procura de emprego e de oportunidade na vida. Um estado que hoje, lamentavelmente, vive fora da escola, uma escola que nós temos um professor fazendo milagre, milagre com o piso salarial, milagre com uma carreira e milagre com um giz na mão, numa escola que se tornou pior do que as nossas casas. Aonde ela, com um giz, tenta tocar a vida de um menino já com smartfone. Nossa região serrana, que de 0 a 5 anos convive com uma das maiores taxas de mortalidade infantil, são 28 óbitos pra cada mil nascidos. O tempo todo, historicamente, enganaram o povo de Santa Catarina, disseram que isso aqui é uma Suíça. Uma Suíça não vive com esses números de esquecimento, de flagelo. É muito fácil perguntar ali fora “o que o Estado faz pra mim?”. O estado de Santa Catarina é ausente na vida das pessoas e eu quero tornar um estado presente, mas pra isso, eu preciso ganhar as eleições, não posso deixar, nesse momento, de pedir o apoio do povo lageano, do povo da serra, pra que ele renove Santa Catarina, dê essa oportunidade pra nós vivermos um novo momento na nossa história. Eu represento aquilo que realmente é a renovação. Por isso tenho plena convicção de que este é o sentimento verdadeiro do povo trabalhador da região lageana. Nós vamos construir um novo momento pra querida região serrana e lages é o palco, é o centro desses acontecimentos, porque aqui é a cidade que pode protagonizar um novo momento para toda a região serrana.

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