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Comunidade questiona poda de árvores, no Centro de lages
Matéria atualizada às 15h15 de 23/11
O visual da Rua Nereu Ramos, no Centro de Lages, estará diferente nesse verão. Isso porque aquela sombra boa para se refugiar do sol sumiu com a poda de árvores. Houve quem não gostasse da medida, não por causa da falta de sombra, mas porque o serviço teria sido feito incorretamente, inclusive prejudicando os passarinhos que têm ninhos nos galhos.
O gerente de loja, Daniel Goedert, foi quem percebeu o começo do trabalho da Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos. Ao ver que o corte dos galhos poderia afetar os pássaros, logo tratou de pesquisar se a poda estaria sendo realizada corretamente. “Chegaram sem critério nenhum e começaram”.
A espécie é a cerejeira japonesa, que nesta época do ano está no período de enfolhamento. A doutora em engenharia florestal e professora do CAV, Maria Raquel Knieski, notou que a poda realizada na Nereu Ramos, passou dos 25% que preconiza a lei ambiental. Segundo ela, isso prejudica o desenvolvimento da árvore e propicia a presença de patógenos.
Ela explica que é necessário manter a copa com tamanho bom para auxiliar na recuperação da árvore, porque a poda nada mais é que uma “mutilação”. “A poda não é saudável, tem-se a cultura de que é, mas não. Por isso, só se recomenda em último caso”. Maria diz que não é a primeira que nota podas radicais em Lages. Ela fala que quase sempre se costuma realizar esse serviço incorretamente e sem a necessidade.
>>Meio urbano_ O secretário do Meio Ambiente, Euclides Mecabô, garante que o serviço foi realizado dentro das normas e segundo a orientação do engenheiro florestal da secretaria. Ele diz que o trabalho se deu porque algumas árvores estavam encostando na fiação e também para limpar a visão em frente às lojas. “Não foi radical, foi média, porque daqui para frente vai crescer e é só desbastar. Vai estar bem robusta novamente”
O gerente de loja comenta que, nesta quinta-feira, o serviço de poda continuou ao longo da via, novamente sem o cuidado com a fauna. Goedert diz que havia mais dois ninhos, em frente a Salfer e a Vivo, que foram retirados. Ele comenta que chegou a se desentender com o responsável pelo trabalho, por questionar o cuidado com os pássaros.