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Clube Cruz e Sousa completa 100 anos

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Para o presidente Mário Guedes, o Centro Cívico Cruz e Souza representa a luta da negritude contra a segregação e o racismo - Foto: Núbia Garcia

Em setembro, o mais antigo clube social de Lages ainda em atividade completa 100 anos de sua fundação. O Centro Cívico Cruz e Souza foi inaugurado em 22 de setembro de 1918 com a finalidade de ser um local para entretenimento da população negra do município do início do século 20.

O fato de chegar ao centenário torna o clube tão emblemático quanto a sua finalidade, pois apesar de ser invisibilizado, resiste ao tempo e suas adversidades, tornando-se um patrimônio cultural da cidade.

A fundação de clubes exclusivamente para negros começou a acontecer no Brasil logo após a Abolição da Escravatura, em 1888, como forma de oferecer um local para entretenimento (uma vez que, até então, suas festas aconteciam somente nas casas), mas, principalmente, para que ex-escravos não frequentassem os clubes tradicionais da elite branca. Em Lages, não foi diferente.

O Cruz e Souza foi o quarto clube social a ser fundado na cidade e o terceiro para negros em Santa Catarina. “Nós éramos proibidos de frequentar os clubes da cidade que eram para os brancos. Os clubes de elite proibiam, por meio de seus estatutos, a presença de negros. Era a clara segregação e o racismo, e o Cruz e Souza representa a luta da negritude contra isso”, comenta o presidente do clube, Mário Guedes. Acompanhe as próximas edições do Correio Lageano, pois, no dia 22, termos matéria completa sobre a história do clube.

Centenário

Para celebrar os 100 anos do Centro Cívico Cruz e Souza, a diretoria está promovendo a Semana Cultural Comemorativa ao Centenário, que se inicia nesta quinta-feira (6), com um Encontro de Gerações do Samba.

Na programação, tem ainda o Resgate da História do Grêmio 13 de Maio, que segundo Mário, foi fundado dentro do clube por mulheres negras que, à época, não tinham voz ativa nem direito a votar para escolher a diretoria. “O Grêmio representa a ação direta das mulheres negras dentro e fora do Cruz e Souza. Elas organizavam eventos e tinham uma ação efetiva e paralela a diretoria do clube”, conta.

No dia 19, o clube recebe uma homenagem da Câmara de Vereadores. Na ocasião, será apresentado um mini documentário feito pelo Núcleo de Estudos Afro Brasileiros da Universidade do Planalto Catarinense (Neab/Uniplac), com sócios remidos contando a história da agremiação. Para encerrar as atividades comemorativas, no dia 22, data do centenário, acontece baile e jantar.

Programação

6 de setembro

21 horas: Encontro de Gerações (samba), Centro Cívico Cruz e Souza

8 de setembro

16 horas: Resgate da História do Grêmio 13 de Maio, Centro Cívico Cruz e Souza

9 de setembro

19 horas: Missa em Ação de Graças, Igreja Nossa Senhora das Graças, B. Popular

15 de setembro

14h30: Amostra de Trabalhos manuais e Artes, Centro Cívico Cruz e Souza

19 de setembro

19 horas: Homenagem na Câmara de Vereadores

21 de setembro

19h30: Poesia, Canto e Dança, no Teatro Marajoara

  1. Hino do Centro Cívico Cruz e Souza – Coral Santa Bakhita
  2. Dança Strit – Núcleo Lages Melhor
  3. Escola de Artes – orientação da coreógrafa Areta Campos
  4. Poesias do Poeta Cruz e Souza – Iratam, membro da Academia de Letras
  5. Dança Afro – professora Laisa Cristina Pereira da Silva

22 de setembro

20h30: Baile e jantar em comemoração ao centenário

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