Festa do Pinhão
Cinco e Meia da Manhã é a vencedora da 27ª Sapecada da Canção Nativa
Dezesseis músicas, sendo quatro da Sapecada da Serra Catarinense e 12 da Sapecada da Canção Nativa, embalaram o Palco Nativista durante a final da 27ª Sapecada da Canção Nativa, no Parque de Exposições Conta Dinheiro. Contudo, dentre tantas premiações ao final, uma se destacou entre todas as outras: “Cinco e meia da manhã”.
Aclamadíssima, a música recebeu outros três prêmios (Melhor Letra, Melhor Arranjo e Melhor Conjunto Vocal) e foi interpretada por André Teixeira, com letra de Edilberto Teixeira, melodia de André Teixeira, de ritmo Milonga. O bronze e o prata ficaram com “O Princípio e o Fim”, e “Rastro do tempo sobre o chão da alma”, interpretados por Marcelo Oliveira e Joca Martins, respectivamente. E abaixo, você pode rever todo o festival e apreciar novamente cada música, cada melodia e interpretação.
Confira a letra da canção vencedora:
Cinco e meia da manhã
É hora de arriar os pelegos
Porque o céu está azulego
E o patrão já levantou.
Logo vem surgindo a aurora,
As Três-Marias foram embora
E a Boieira ressuscitou.
Cinco e meia da manhã
Hora de encilhar cavalo,
Outra vez cantou o galo
Trepado lá na figueira.
Quando mais, senão agora,
Índio grosso não namora
Negaceia a noite inteira.
Cinco e meia da manhã
Com a vassoura ali esquecida,
Já foi feita a recolhida
E a ordenha da vaca mansa.
Um cardeal num pé de Amora
Com seu canto comemora
A manhã clareando a Estância.
Cinco e meia da manhã
Bota os seus ossos de ponta,
Ligeiro como uma lontra
O peão velho agarra média.
Pega um tento e ata a espora
Com os dedos sujos de fora
E com o cavalo pela rédea.
Cinco e meia da manhã
Hora de parar rodeio,
Logo o peão balança o freio,
Com o cheiro de picumã.
Companheiro não se escora
E só o peão que é caipora
Queima o assado de manhã.