Ciclistas pedalam quase 400 quilômetros em menos de dois dias

Os ciclistas Fabiano Baggio, de 45 anos, e Adrian Saldanha, 32, pedalaram 370 quilômetros de Lages a Florianópolis, com bicicletas que, segundo eles,  eram ‘mountain bikes’ que, devido às características, proporcionam velocidade média alcançada, geralmente bem menores do que as speed bikes ou bicicletas de velocidade”, disse Fabiano. Ambos estabeleceram como meta fazer o percurso em até 24 horas, de maneira ininterrupta, mas tiveram problemas no trajeto e a viagem atrasou. Ainda assim, conseguiram concluir o desafio em 40 horas.

A dupla saiu do Terminal Rodoviário de Lages às 2 horas, do dia 21 de dezembro, e chegou à Capital do Estado às 18 horas do dia seguinte. Ambos passaram pela Serra do Rio do Rastro, um dos principais pontos turísticos do Brasil. Fabiano comenta sobre o desafio da viagem, os riscos, as condições da estrada, além de dar dicas do que fazer e não fazer nesse tipo de aventura.

Ele lembra que foram diversas as dificuldades para conseguir concluir o percurso. A primeira delas foi enfrentar a falta de ciclovia no trecho da Avenida Victor Alves de Brito até a SC-114, em Lages. Já o trecho entre Lages e São Joaquim está em bom estado. “A partir de São Joaquim até o mirante da Serra do Rio do Rastro o trecho é complicado e perigoso, além de ter muitas descidas e subidas, e quase não possui acostamento. “Já na serra, a viagem foi super tranquila”, lembra.

Na sequência da viagem, Fabiano conta que a dupla enfrentou muitas dificuldades entre Orleans e Tubarão, onde a estrada é um misto de trechos bons e ruins. Ambos decidiram dormir em Tubarão, porque havia previsão de chuva e o trecho da BR-101 “é muito perigo”. No dia seguinte, eles retornaram à pista e pedalaram até Imbituba, num trecho também muito perigoso e com muitas entradas e saídas na rodovia.

Já o trajeto do Morro dos Cavalos, na cidade de Palhoça, não há acostamento e também é muito perigoso para ciclistas. “Na região de Florianópolis, aconselhamos o ciclista a andar pelas marginais para prevenir acidentes”, orienta Fabiano. A dupla chegou ao Terminal Rodoviário de Florianópolis, seu destino final, por volta das 6 horas do dia 22 de dezembro. No total, foram 28 horas de viagem.

Dificuldades

Além das dificuldades do trecho, a dupla de aventureiros de Lages também enfrentou outras dificuldades no percurso. Cada um carregava uma mochila de aproximadamente 10 quilos. Além disso, ambos estavam sem o traje de ciclistas e usavam apenas capacete. Durante a viagem, Fabiano teve muito desconforto e assaduras; e o colega dele apresentou dores nas costas.

Com 25 anos de experiência no ciclismo, Fabiano chama a atenção que andar de bicicleta requer alguns cuidados. Os ciclistas precisam tomar cuidados com a segurança, com a utilização de itens de segurança. No caso do percurso de Lages a Florianópolis, “a viagem causa um enorme desgaste físico. Não indicamos este tipo de passeio a atletas com pouca experiência. Além disso, aconselhamos o ciclista a fazer este trajeto com todos os equipamentos adequados”, conclui, mencionando que, no geral, os motoristas catarinenses têm melhorado sua atenção e respeito aos ciclistas.

Volta à Ilha

Fabiano faz parte da equipe Enerkore, de Lages. Ele conta que a equipe foi a única da região selecionada para participar da Volta à Ilha, a maior corrida de revezamento por equipe em extensão da América Latina. O evento, que reúne milhares de atletas, vai acontecer no dia 4 de abril, em Florianópolis. Os corredores vão percorrer 140 quilômetros ao redor da Ilha de Santa Catarina. “Estamos selecionando atletas de 20 a 40 anos para participar da corrida. Os interessados podem deixar seus contatos nas redes sociais do Correio Lageano”, diz Fabiano.