Geral
Chuva dá trégua e população fica aliviada
Depois de um dia e uma noite chuvosos, Edir Terezinha Souza, de 55 anos, olha para o Rio Carahá, no Bairro Habitação, em Lages, com o sentimento de alívio. Afinal, depois de enfrentar inúmeras enchentes, foi a primeira vez que o rio esteve perto de transbordar, mas não saiu da caixa e nem invadiu a sua casa e de seus vizinhos.
Ela comemorou que não teve a casa inundada. Edir lembra que da última enchente conseguiu a doação de uma pia e de um fogão. “Meu filho até disse que a primeira coisa que eu tinha que salvar era esse fogão e a pia. Porque era meu sonho ter esse fogão.”
Entre quinta e sexta-feira (30 e 31), choveu na cidade cerca de 72 milímetros. A régua do rio chegou, durante a manhã de sexta-feira, aos 3,7 metros. A previsão apontava que Lages seria uma das cidades mais atingidas da região.
Alguns bairros ficaram alagados por conta de bueiros entupidos. Os bairros Bom Jesus, Guadalajara, Centro, Passo Fundo, São Vicente e São Sebastião tiveram registros de alagamentos pontuais. Já os bairros Pró-Morar e Santa Helena registraram deslizamentos.
Prevenção
De acordo com o secretário da Defesa Civil, Jean Felipe, um dos motivos que favoreceu a fluidez da água do Rio Carahá, foi a limpeza dos córregos. Além disso, a operação de desassoreamento feita em 2017. Os serviços de infraestrutura realizados pela Prefeitura de Lages iniciaram-se no segundo semestre de 2017, logo após uma das maiores enchentes e enxurradas já registradas na cidade.
Na época, em parceria com o Governo do Estado, foi realizado o desassoreamento de cerca de 7,5 quilômetros das margens e leito do Rio Carahá, em toda extensão da Avenida Belisário Ramos. Neste mesmo conjunto de serviços, foi melhorado, também, o sistema de drenagem da avenida.
Um investimento de aproximadamente R$ 150 mil reais. “Nenhuma pessoa ou família precisou ser retirada de suas residências. Isso mostra a eficácia dos serviços executados não só no Carahá, mas também de limpeza dos córregos e riachos dos bairros”, comenta o secretário executivo da Defesa Civil, Jean Felipe de Souza.
Nos últimos meses, foram desassoreados os riachos e córregos dos bairros Caça e Tiro, Popular, Passo Fundo, Sagrado Coração de Jesus, São Paulo, São Sebastião, Dom Daniel, Bates, Habitação, Ferrovia, Caravágio, Santa Catarina, Araucária e Loteamento Pereá.
“São milhares de famílias que se beneficiam com esta ação. Mas também pedimos e reforçamos o aviso que a comunidade deve contribuir não jogando lixo e materiais diversos nestes riachos”, enfatiza Jean Felipe.
Outro trabalho considerado de suma importância na prevenção de tragédias e danos naturais é o monitoramento dos cursos de água dos afluentes dos rios urbanos, determinando a execução de obras de desassoreamento e limpeza de córregos e riachos. Esse serviço está sendo intensificado pela Prefeitura, através do programa Comunidade Melhor.
A Defesa Civil Municipal continua monitorando as áreas de risco e está pronta para auxiliar a comunidade se necessário. As emergências devem ser comunicadas através dos telefones 199 ou 98406 4037.
Previsão do tempo
Na manhã de sexta-feira (31), a previsão do tempo indicava uma trégua na chuva. O que deixou muita gente aliviada. De acordo com o engenheiro agrônomo da Estação Meteorológica Climaterra, Ronaldo Coutinho, não há mais indicativos de chuva forte na Serra Catarinense.
Durante o fim de semana, as temperaturas baixam, o sol deve surgir acompanhado de nuvens e uma tímida garoa. A partir de segunda-feira (3) o tempo deve melhorar e o sol voltar a predominar.
Entre os dias 5 e 6 de junho, tempo firme e ensolarado, com temperatura mais baixa no período noturno e amanhecer, com condição de geada nas áreas altas do Oeste à Serra. Logo após, temperatura em elevação, devido ao deslocamento da massa de ar frio para o oceano. Próximo aos dias 8 e 9, uma nova frente fria deve passar pelo Estado, provocando chuva, mas, por enquanto, não há previsão de chuva volumosa.
Atendimento da Celesc nos dias de chuva
No início da tarde de quinta-feira (30), as regiões do Oeste, Planalto Norte e Serra Catarinense foram acometidas por uma condição meteorológica adversa, com rajadas de vento que chegaram a 130 km/h, segundo a Defesa Civil, e causaram inúmeras ocorrências no sistema elétrico dessas regiões.
Em alguns locais, foram registradas árvores e galhos sobre a rede, rompimento de condutores e queda de postes. No auge das ocorrências, quase 50 mil unidades consumidoras (UCs) tiveram seu fornecimento de energia interrompido.
A Celesc entrou em atuação com suas equipes de atendimento emergencial, com reforço operacional abrangendo todas as regiões atingidas. Inicialmente, foram atendidas as ocorrências que envolvem segurança no sistema, isolando os trechos faltosos e recompondo o máximo de unidades consumidoras possível.
No final da noite, cerca de 95% das unidades já tinham restabelecido o fornecimento restando, naquele momento, 3 mil unidades consumidoras ainda sem energia. Durante o período noturno, as equipes trabalharam para recompor as ocorrências pontualmente nas UCs com o fornecimento prejudicado.
Às 11h desta sexta-feira, a condição do sistema elétrico e do abastecimento em todo Estado apresentava um pouco menos de 5 mil UCs sem energia, com os trabalhos de emergência após o temporal concentrados nas regiões Oeste, além do Planalto Norte e Serra – mais atingidas e ainda apresentavam consumidores em atendimento.
Na Serra Catarinense, 11 equipes trabalharam para recompor o sistema até a manhã de sexta-feira, quando 200 unidades estavam sem energia. No Oeste, nesse mesmo período, 775 residências estavam sem energia e em atendimento na substituição de postes e condutores partidos, nos locais de difícil acesso.
Na região de Mafra, havia 1.300 UCs sem energia e equipes estavam em campo na substituição de cinco postes quebrados ou caídos em Rio Negro no Paraná, Itaiópolis, Papanduva, Irineópolis e Canoinhas, em Santa Catarina. Para emergências, a Celesc pede que o consumidor ligue 0800 48 0196.