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Chegou a hora das Leoas da Serra conquistarem a América

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Amandinha, Diana e Jhennif  já venceram a Libertadores pelo extinto Barateiro - Foto: Fom Conradi/ Leoas da Serra/ Divulgação

Quando o voo G31245, da GOL, decolar do aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, às 9h40 da próxima sexta-feira (5), estará levando a bordo uma das histórias mais incríveis do esporte lageano: as Leoas da Serra estarão rumo a Assunção, no Paraguai, para representar o Brasil na Taça Libertadores da América.

Para o time que nasceu em 2015 e tinha como maior sonho uma medalha, qualquer que fosse a cor, nos Jogos Abertos de Santa Catarina, este novo capítulo da história representa a coroação de uma trajetória marcada pela superação.

Os últimos dias de treinos têm sido dedicados a pequenos ajustes. A atividade física é liderada por Pedro Vaz, em treinos que começam antes das sete horas e mesclam exercícios físicos e mentalização. “Corpo, mente e espírito são partes separadas, mas todas devem evoluir”, diz Pedro.

Nas quadras, o treinador Esquerda dá os últimos retoques. “A preocupação agora é muito mais de evitar lesão e planejar o uso dos recursos físicos, táticos e técnicos, para que cheguemos fortes nas fases decisivas”, explica.

As Leoas da Serra estão no Grupo B, junto a Aquiles Nazoa (Venezuela), Palestino (Chile), Atlantes (Bolívia) e Deportivo Lyon (Colômbia). No Grupo A estão as paraguaias do Sport Colonial, donas da casa, e ainda Nacional (Uruguai), San Lorenzo (Argentina), Universidad de San Marcos (Peru) e Santo Domingo IK9 (Equador). Os clubes jogam entre si, e os dois primeiros de cada chave fazem as semifinais. Os vencedores das semifinais decidem o campeão da América no domingo, 14 de outubro.

Estreia

O time lageano estreia na Libertadores no domingo, dia 7, contra o Aquiles Nazoa da Venezuela. A capitã Diana e a camisa 10 Amandinha já venceram a competição duas vezes; e Jhennif, uma vez, nos anos de 2015 e 2016, pelo Barateiro, de Brusque, que desativou sua equipe adulta em 2017. Amandinha tem boas lembranças da Libertadores.

“Não só por termos vencido, mas também em termos de organização, é uma das melhores competições que já joguei. Acho que no nosso grupo as colombianas devem dar mais trabalho e na outra chave as paraguaias e as argentinas, mas é fato que não deve ter jogo fácil, todas dão a vida quando é Libertadores”, acredita Amandinha, artilheira do torneio em 2016.

Raio X das adversárias de Lages

AC Aquiles Nazoa (Carabobo, Venezuela)

Classificou-se para a Libertadores vencendo a Copa Venezuela, com duas vitórias sobre o Pumas, da cidade de Vargas, por 6 a 1 e 5 a 1. As três melhores jogadoras, segundo a imprensa venezuelana, são Helianny Revilla (da Seleção Venezuelana), Francheska Palencia e Iliana Castillo, capitã da equipe. O técnico é Javier Contador, que é proprietário da Academia Javier Contador, fundada em 2001 e que já revelou sete jogadoras com passagem pela Seleção Venezuelana.

Palestino (Santiago, Chile)

Classificou-se para Libertadores ao conquistar o bicampeonato chileno, com a decisão jogada no mês passado. As “palestinas”, “árabes” ou ainda “Las Tinas”, como são chamadas, enfrentaram na final o Boston College, de Quilicura, e venceram em casa por 13 a 2. Assim, mesmo perdendo a volta por 6 a 4, se tornaram campeãs. Valeria Rojas do Palestino foi a melhor goleira do campeonato, e Nicol Sanhueza, que marcou dois gols na final, foi a artilheira. O técnico é Claudio Quintiliani. O time conta com uma brasileira, Jenefer Jesuino. No ano passado o Palestino também jogou a Libertadores, e perdeu a semifinal para o Sport Colonial do Paraguai por 7 a 1.

Atlantes (La Paz, Bolívia)

Classificou-se para Libertadores vencendo o XI Torneio Nacional de Clubes Campeões ao derrotar por 6 a 5 a Rectificadora Urkupiña, de Cochabamba, depois de estar perdendo por 1 a 3. Embora seja um clube tradicional de futsal, fundado em 1938, o time feminino é uma experiência recente e ainda amadora. As atletas não vivem do esporte, todas trabalham em outras atividades em La Paz ou em El Alto. São tricampeãs nacionais. Os destaques são Ivonne Nina (camisa 10, que fez dois gols na final, inclusive um de letra), Karla Ticona (número 9, mais forte fisicamente), Lyanne Choque e María Salazar (capitã).

Club Deportivo Lyon (Cali, Colômbia)

Classificou-se para Libertadores vencendo o torneio de qualificação específico para a competição. A vaga foi conquistada com a vitória de 3 a 1 sobre o Kapital Soccer, de Bogotá. A destaque é a ala Diana Vélez, mais forte fisicamente, de passada larga, titular da seleção colombiana de futsal. As destaques da equipes são a goleira Ospina, que foi a  menos vazada do torneio, Naila Imbachí, ex-jogadora da seleção colombiana e Stefanía Restrepo, ex-América de Cali. A equipe é treinada por Rulver Pulido, o mesmo que está treinando a seleção colombiana sub-20 que vai jogar o Sul Americano no Chile no final de outubro.

Delegação das Leoas

Atletas: Bia e Juba (goleiras), Diana, Pelé, Amanda Souza (fixas), Jhennif, Mayara, Tampa, Thais, Greice, Amandinha (alas), Giy – Dunguinha, Bella, Tiga (pivôs).

Comissão técnica: Gi Morena (presidente), Naiara Gresta (chefe de delegação), Anderson Esquerda (treinador), Guilherme Santos (auxiliar técnico), Volnei Corrêa da Silva (médico), Alberto Souza Alberto Souza (fisioterapeuta), Alexandre Borges, o “Dudu” (preparador físico).

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