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Cartão de crédito e parentes: as duas fontes de empréstimos dos brasileiros

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Foto: Freepik/Divulgação

Grande parte da população vive uma relação de amor e ódio com o cartão de crédito. Em alguns momentos, ele é responsável por aliviar algumas compras que parecem impossíveis. Em outros, no entanto, é o vilão dos juros e das parcelas infindáveis. Isso tudo sem falar na dificuldade para conseguir o cartão de crédito para negativado.

Os dados coletados pelo Instituto Locomotiva que mostram a fatura do cartão de crédito como a dívida mais comum entre os consumidores brasileiros reforçam essa relação “complicada”.

Segundo a pesquisa, ciinco em cada dez pessoas que estão endividadas hoje no país citam compras feitas com o cartão como uma das contas ainda não pagas – ou 54% das pessoas inadimplentes.

De acordo com relatório publicado em janeiro pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 62,6 milhões de brasileiros terminaram o ano de 2018 endividados. As dívidas, no entanto, não são antigas: 69% dos entrevistados declaram que o boleto ou a fatura está atrasada há menos de 30 dias.

Os números do Locomotiva indicam ainda que metade da população do país possui cartão de crédito, enquanto apenas 21% das pessoas têm cartões emitidos por lojas do varejo que também servem como crédito no mercado

O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior afirma que o cartão de crédito se consolidará como a principal forma de pagamento em um futuro bem próximo, mas adverte para o uso consciente do objeto.

“Apesar da facilidade de seu uso, o consumidor deve se manter em alerta para não se exceder nos gastos, pois em virtude dos juros, o valor da fatura pode se multiplicar em um curto espaço de tempo, tornando a dívida muitas vezes impagável”, disse em entrevista à Veja.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o principal erro dos consumidores é a falta de organização.  “Comprar com o cartão de crédito não traz senso de gasto, parece que a compra não cai no bolso, mas acaba pesando no final do mês”, apontou.

A pesquisa do Instituto Locomotiva também aponta que o cartão e os empréstimos feitos por familiares são as duas principais fontes de crédito atualmente no país: 33% afirmam que conseguem dinheiro por meio desse tipo de serviço bancário e outras 33% que recorrem aos parentes quando precisam de recursos.

Pessoas com ensino superior recorrem mais ao cartão do que aquelas que só estudaram até o ensino fundamental: 41% contra 26%. Boa parte dos brasileiros, porém, tem dificuldades em acessar o crédito: quatro em cada dez pessoas, ou 41% dos entrevistados, afirmam ser difícil conseguir um empréstimo ou um financiamento no Brasil, enquanto 39% diz que, ao contrário, é fácil acessar um desses serviços financeiros.

De acordo com Bernadette Vilhena, pedagoga empresarial e autora do livro Dinheirama”, da editora Blogbooks, “se o empréstimo familiar for mesmo a opção desejada, o conselho é fazer a negociação com transparência em relação às datas, juros e formas de pagamento para evitar qualquer prejuízo, emocional ou financeiro, para todos os envolvidos. Tenha tudo por escrito, documentado e assinado.”

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