Canções quebram a rotina e encantam estudantes

Olhares e ouvidos atentos, pés batendo no chão acompanhando o ritmo dos sons emitidos pelos músicos do Festival Internacional Música na Serra. Assim, ficaram os estudantes da Irmandade Nossa Senhora das Graças, ao assistirem às apresentações de músicos que participam do evento, e segunda-feira (22) realizaram um concerto social na entidade. Os sons do violino, do acordeon, do violão e da flauta encantaram as crianças, que depois fizeram questão de chegar perto dos músicos e tocar nos instrumentos.

Houve até uma estudante com uma garrafinha de água na mão que, sem perceber, batia no objeto, no ritmo das músicas tocadas. Outro estudante, batia nas pernas. Pareciam querer tocar junto com os músicos. A turma agitada, como num passe de mágica, ficou concentrada para as apresentações, que foram animadas. Os músicos não só tocaram e cantaram canções, como interagiram com as crianças, fazendo perguntas e contando histórias.

O som do violino foi o que mais encantou a estudante Marina Santos Furtado, 8 anos. Ela nunca tinha visto o instrumento de perto e nem ouvido o tipo de som que emite. A menina também adorou as músicas vistas como diferentes, por ela. Como participa do Coral da entidade, já possui uma afinidade com música, mas não conhecia as canções clássicas.

Segunda, foi o primeiro dia dos concertos sociais, que ocorrem durante esta semana em vários locais, como: Asilo Lar Menino Deus, Centro de Atendimento Socioeducativo, Abrigo Menino Jesus, Hospital Infantil, Lar dos Idosos e Casa de Semiliberdade.

O objetivo é levar música de qualidade tocada pelos estudantes bolsistas, que participam do festival para públicos que, por algum motivo, não podem ir aos locais tradicionais de apresentação. Para essas pessoas, ouvir as músicas não é só uma quebra na rotina, mas um momento para sonhar e relaxar.

Além dos concertos sociais, há também os acadêmicos, que começam hoje, no Convento Francisco, às 18h10, e vão até a sexta-feira, sempre no mesmo horário. A Catedral Diocesana também terá apresentações, às 19h30, a partir de hoje até quinta-feira, sempre na mesma hora. A ideia é que o público desses locais conheça o festival e se motive para ir ao Teatro Marajoara, nos concertos noturnos, que ocorrem sempre às 20 horas.

Para os músicos, evento é troca de experiências

Bruna Weller, 22 anos, faz questão de participar do festival como estudante. Há quatro anos, ela vem a Lages para aprender com seus colegas bolsistas e com os professores renomados internacionalmente.

Ela estuda Música, na Udesc de Florianópolis, mas é natural da cidade catarinense de Jaraguá do Sul. Na apresentação, que ocorreu na Irmandade Nossa Senhora das Graças, ela tocou violino e cantou algumas músicas ao lado do também estudante de música, Misael Pacheco, 19 anos. 

Além de tocar nos concertos sociais e acadêmicos, os estudantes vão participar de um concerto noturno, que ocorrerá na quinta-feira, no Teatro Marajoara. Bruna fala sobre como a música é uma linguagem universal. “Mesmo que a gente não entenda os idiomas dos outros estudantes bolsistas, nos entendemos através da música e conseguimos nos comunicar”.

Sua dupla, Misael, participa pela primeira vez do festival, mas no ano passado, veio assistir às apresentações. Animado, durante seu concerto social na Irmandade Nossa Senhora das Graças, brinca com os estudantes e os motiva a prestarem atenção. Para ele, participar do evento é uma aula intensa e cheia de significados. “A música é um aprendizado constante, quanto mais praticamos, a musicalidade dentro de nós, cresce”, ele explica, que musicalidade seria a maneira com que cada músico tem de apresentar uma canção.

Programação das apresentações do Festival

23/07 – Terça-feira

• 18h10: Concerto Acadêmico no Convento Franciscano
• 19h30: Concerto Acadêmico na Catedral Diocesana
• 20 horas: no Teatro Marajoara: Quinteto Sujeito a Guincho. Quinteto de Clarinetes criado em 1991, o conjunto composto por grandes clarinetistas do país, inclusive o professor de clarinete do FIMS Luís Afonso Montanha. o grupo  transita entre o erudito e o popular. No repertório há espaço para Hermeto Pascoal, Gordurinha, Brahms e Vivaldi

24/07 – Quarta-feira

• 18h10: Concerto acadêmico no Convento Franciscano
• 19h30: Concerto Acadêmico na Catedral Diocesana
• 20 horas: no Teatro Marajoara: Concerto dos Professores. Um dos concertos mais esperados do festival é o concerto de professores. Onde várias formações instrumentais sobem ao palco e trazem uma grande diversidade de repertório para os ouvintes.

25/07 – Quinta-feira

• 18h10: Concerto acadêmico no Convento Franciscano
• 19h30: Concerto Acadêmico na Catedral Diocesana
• 20 horas: no Teatro Marajoara: Apresentação do Ballet e Coro Infanto-Juvenil, e Orquestra Acadêmica. O Coro e Ballet Infanto-Juvenil é formado com crianças e adolescentes da nossa cidade e que a cada ano vem surpreendendo o público com a qualidade de suas apresentações. A Orquestra Acadêmica é também constituída por alunos iniciantes em grande maioria de Lages, proporcionando assim, uma oportunidade desses jovens músicos participarem do festival. 

26/07 – Sexta-feira

• 18h10: Concerto acadêmico no Convento Franciscano
• 20 horas, no Teatro Marajoara: Apresentação do Ballet Adulto, Classe de Canto e Coro Música na Serra. O Ballet Adulto é dirigido e coreografado por Lia Comandulli. A classe de Canto Lírico, faz seu tradicional concerto trazendo beleza e expressividade. E, o Coro Música na Serra é composto por coralistas de Lages, que recebe pessoas com e sem conhecimentos musicais que tenham interesse de fazer música em conjunto e participar ativamente do festival.

27/07 – Sábado

• 20 horas, no Teatro Marajoara: O concerto de encerramento é o ápice do festival, com a Orquestra Sinfônica Música na Serra, formada pelos alunos bolsistas. Apresentará neste ano um programa de alto nível artístico. O Concerto para Violino e Orquestra de Tchaikovsky, uma obra desafiadora para o solista, que neste concerto será o professor Cármelo de los Santos. Outra grande obra que completa o repertório da noite é a Sinfonia nº 9 do compositor tcheco Antonín Dvořák, popularmente conhecida como sinfonia “Do Novo Mundo”, composta após sua mudança para Nova Iorque, onde Dvořák conhece novos gêneros musicais folclóricos e utiliza esses elementos na sua obra. A regência do concerto de encerramento é do maestro e diretor artístico do festival, Jean Reis.