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Apesar de serem elementos históricos, destino de barracas não está definido

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Foto: Marcela Ramos

Eles estão ali há mais de 30, 50 anos, fazem parte da história de muita gente e, principalmente, da história de Lages. A barraca que vende sorvete, a que vende quentão, o carrinho que vende churros e a banca de jornais e revistas que garante a circulação de notícias e entretenimento logo cedo pela manhã.

Mas todas as décadas vivenciadas no Centro da cidade estão ameaçadas de chegarem ao fim, isso porque, devido à revitalização da Praça João Costa, os proprietários sofrem pressão para retirar seus estabelecimentos do local. 

Estes homens e mulheres ainda não querem falar sobre sua permanência ou não na praça, pois aguardam um posicionamento da prefeitura. Enquanto isso, o secretário de Planejamento e Obras de Lages, João Alberto Duarte, explica que estuda a melhor forma de realocar estes empresários. 

Como a obra da revitalização está chegando à última etapa, o local onde estão as barracas atualmente também passará pela reforma, assim, segundo alguns dos proprietários, eles serão direcionadas à Praça do Terminal Urbano ou para a Praça Joca Neves, porém, por enquanto, não há informação oficial, apenas especulações e muita apreensão. 

João Alberto explica que da parte legal, nenhuma das barracas poderia estar na praça, pois, para ocupar espaço público precisa passar por licitação. Fato que deve ocorrer quando a revitalização do Centro ficar pronta. Os espaços serão licitados para serem ocupados. A inauguração da primeira etapa da revitalização está prevista para novembro e, de acordo do com o secretário, segue o cronograma. 

Do ponto de vista da arquiteta e professora Lilian Fabre, “a revitalização nos dá a entender que não tinha muita vida ali e a ação de intervenção urbana vai reviver o lugar”. “O que não é verdade, porque a Praça João Costa era a praça mais  movimentada da cidade. Porém, o público que se apropriava do local era, em maioria, mais popular e, ao meu ver, a ação de retirada dos comerciantes ambulantes do local é um indício do interesse de retirar esse público e elitizar este espaço público, que deveria ser para todos. Isso demonstra a falta de sensibilidade do poder público com as referências locais da praça, afinal. Quem não utilizava a banca central? Só queria enfatizar, como urbanista, que seria possível fazer uma intervenção urbana que qualificasse a praça, que a deixasse mais bonita, mais organizada, mais atraente ao turista, mas que, ao mesmo tempo, valorizasse o que ela tem de bom, os trabalhadores que estão ali há tanto tempo, os usos que são referência para os lageanos, como a Banca Central, por exemplo. Ao invés da prática em curso de desvalorização e retirada de tudo e todos que ali estavam em nome de um esperado embelezamento do local. Essa praça existe desde a fundação de Lages e me preocupa qual será a relação de pertencimento que os lageanos terão com ela após essa obra tão abrupta e insensível.”

A revitalização

Os espaços serão cedidos para abrigar a Polícia Militar (central de monitoramento de toda a cidade), banheiros públicos com acessibilidade, revistaria, central de informação turística e uma ampla cafeteria. E ainda há previsão de um espaço para os transformadores da Celesc.

O outro bloco comportará o palco principal dos eventos e um prédio com dois pavimentos contendo área para restaurantes e lanchonetes, cafeteria e um espaço cultural (exposições e apresentações). A revitalização completa do Centro deve ser concluída até o final de 2020.

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