Eleições
Análise dos vices também é importante
Mesmo que alguns deles tenham a participação pequena nas campanhas e aparições resumidas nas publicidades, o eleitor precisa ter atenção ao escolher também, os vices para o Governo do Estado e para a Presidência da República.
Afinal, no caso de um afastamento por motivo de saúde, viagem ou até mesmo, um impeachment – como no caso da ex-presidente Dilma Rousseff -, será o vice que assumirá o mandato pelo tempo restante.
A Constituição Federal define como atribuições do vice-presidente da República a substituição do presidente, no caso de impedimento ou nos casos em que o cargo se torne vago. Deve, também, auxiliar o presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.
Para ser vice-presidente é necessário ser brasileiro nato e ter idade mínima de 35 anos. Sua eleição se realiza simultaneamente com a do presidente, e ambos tomam posse em sessão do Congresso Nacional, prestando compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a União, a integridade e a independência do Brasil.
Além das atribuições constitucionais, quando era vice-presidente, Michel Temer também acumulava a presidência, pelo lado brasileiro, de dois fóruns de discussões internacionais com os governos da China e da Rússia: a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Cooperação e Concertação (COSBAN) e a Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia (CAN). E também foi incumbido de coordenar o Plano Estratégico de Fronteiras.
Uma mulher na vice-presidência
Neste segundo turno, os candidatos a vice estão em dois opostos não só na disputa política, mas também no currículo político. A vice do candidato Fernando Haddad (PT) é a gaúcha Manuela D’Ávila de 37 anos. É jornalista e filiada ao Partido Comunista do Brasil.
Foi deputada federal pelo Rio Grande do Sul entre 2007 a 2015 e líder de seu partido na Câmara dos Deputados, em 2013. Exerce atualmente o mandato de deputada estadual em seu estado. Natural de Porto Alegre, começou sua carreira política no movimento estudantil e depois ingressou na política partidária.
Saída do movimento estudantil, Manuela se tornou em 2004, aos 23 anos, a vereadora mais jovem já eleita em Porto Alegre, sua cidade natal. Foi eleita deputada federal em 2006 e reeleita em 2010, alcançando recordes de votação.
Concorreu à prefeitura da capital gaúcha duas vezes. Na primeira vez, em 2008, ficou na terceira colocação. Na segunda tentativa, em 2012, ficou na segunda colocação, sendo derrotada, ainda no primeiro turno, por José Fortunati.
Em 2014, foi eleita deputada estadual com a maior votação para o cargo naquele ano. Em 2017, foi indicada por seu partido como pré-candidata à Presidência para a eleição de 2018. No entanto, desistiu da candidatura e foi escolhida por Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, como sua candidata a vice-presidente.
Entre 2007 e 2014, exerceu o cargo de deputada federal e concorreu à prefeitura de Porto Alegre por duas vezes, até que em 2015 assumiu o cargo de deputada estadual. Em 2015, tornou-se mãe de Laura, que a acompanhou por diversas vezes em seu trabalho no Plenário.
Defendeu seu direito de amamentar publicamente depois de escutar críticas quando uma foto sua, alimentando a filha, foi publicada no jornal Folha de S.Paulo, algo visto por um crítico como “exposição desnecessária da mama de uma deputada”.
Manuela é a mais atingida pela eleitores do candidato oponente. Tanto é que, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Sérgio Banhos determinou, em caráter liminar, a retirada de 33 fake news sobre a candidata. Além disso, precisou pedir reforço de sua segurança à Polícia Federal, após sofrer ameaças.
Denúncias
Manuela D’Ávila teria recebido R$ 360 mil em doações da Odebrecht nas eleições de 2006, 2008 e 2010. Os valores teriam sido repassados de maneira oficial e não oficial, segundo o delator Alexandrino Alencar, da empreiteira.
De acordo com a delação, foram repassados via caixa dois R$ 300 mi em 2008 para campanha para Prefeitura de Porto Alegre e R$ 50 mil também ilegalmente para a campanha de deputada federal, em 2010. O codinome de Manuela era “Avião”. O caso foi remetido à Procuradoria Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul e tramita atualmente sob segredo de Justiça.
Um general concorre ao cargo
Já o candidato a vice da coligação de Jair Bolsonaro (PSL), General Mourão (PRTB), também é gaúcho tem 63 anos e foi escolhido após negociações com a advogada Janaína Paschoal e sondagens a Luiz Phillipe, descendente da família imperial brasileira. Mourão ingressou no Exército em fevereiro de 1972, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) onde, em 12 de dezembro de 1975, foi declarado aspirante-a-oficial da Arma de Artilharia.
Em seguida obteve cursos de formação, de aperfeiçoamento, de altos estudos militares da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e do Curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, Além dos cursos básico paraquedista, mestre de salto e salto livre, também possui o curso de guerra na selva.
Durante sua vida militar, foi instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras, cumpriu Missão de Paz em Angola – UNAVEM III e foi adido militar na Embaixada do Brasil na Venezuela. Comandou o 27.° Grupo de Artilharia de Campanha em Ijuí (Rio Grande do Sul), a 2.ª Brigada de Infantaria de Selva em São Gabriel da Cachoeira (Amazonas), a 6.ª Divisão de Exército e o Comando Militar do Sul, estes últimos sediados em Porto Alegre.
Em 09 de dezembro de 2017, o general foi destituído de seu cargo como secretário de Economia e Finanças pelo Alto Comando do Exército. Na época, a sua destituição foi associada ao teor de suas declarações durante palestras que ministrava em Clubes do Exército ao redor do país, no entanto a assessoria do Exército Brasileiro não informou o real motivo para a destituição do general. Deixou o serviço ativo em 28 de fevereiro de 2018, sendo transferido para a reserva remunerada
Em pronunciamento público em loja maçônica Grande Oriente em setembro de 2017, no Distrito Federal, afirmou que entre os deveres do Exército Brasileiro está a garantia do funcionamento das instituições e da lei e da ordem, e que se o judiciário não fosse capaz de sanar a política existente no país isso seria imposto pelo exército por meio de uma intervenção militar, que na visão dele estaria prevista na Constituição Federal de 1988.
Porém, durante um pronunciamento referente à greve dos caminhoneiros, que ocorreu no primeiro semestre de 2018, ele deixou claro que a intervenção militar não seria a solução para a crise vivida no país.
Esta não foi a primeira vez que ele causou polêmica. Em outra ocasião anterior, em 2015, Mourão fez uma homenagem ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, conhecido torturador da ditadura militar, chamando-o de “herói”.
A atitude somada ao seus posicionamentos polêmicos sinalizando defesa da ditadura fizeram com que ele fosse removido naquele ano do CMS (Comando Militar do Sul), onde atuava há cerca de um ano e meio.
Candidatos em Santa Catarina concorrem pela primeira vez como vices
O vice de Gelson Merísio (PSD) é João Paulo Karam Kleinübing (PSD), 45 anos, e é filho do ex-governador de Santa Catarina, Vilson Kleinübing com Vera Kleinübing, é formado em Administração (ESAG/UDESC) e em História (UFSC).
Em 2014 foi eleito Deputado Federal, com 132.349 votos. No ano seguinte, em 2015, se licenciou da função para assumir, a convite do governador Raimundo Colombo, a função de Secretário de Estado da Saúde, retornando à Câmara Federal de forma definitiva em 2017.
Também foi prefeito de Blumenau, eleito em 2004 com 75.783 votos e reeleito em 2008 com 112.509 votos. Entre as principais realizações na prefeitura estão a conclusão do Hospital Santo Antônio, a implantação dos corredores de ônibus na cidade, a Vila Germânica, o Parque Ramiro Rüdiger, a reforma do Galegão.
Entre em 2005 e 2012 foram abertas mais de 5.000 novas vagas nas creches municipais. Após as enchentes de 2008, liderou a recuperação de Blumenau, que já em 2012 foi eleita a melhor cidade para se viver em Santa Catarina.
Além disso, em 2002, foi Deputado Estadual, eleito com 31.407 votos. Na Alesc, presidiu as comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça. Antes disso, foi presidente do Badesc e da Eletrosul.
Em 2012, foi acusado de fraudar uma licitação enquanto ainda era prefeito de Blumenau. Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, em julho de 2012, flagraram o ex-prefeito de Blumenau ordenando a um de seus secretários que criasse um documento falso para simular um processo de dispensa de licitação, para que a empresa municipal URB (Companhia Urbanizadora de Blumenau) recebesse uma verba de R$ 30 milhões do Badesc (Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina).
O montante seria utilizado para executar obras de pavimentação na cidade, segundo investigação do MPE (Ministério Público Estadual) Os projetos para tais obras, porém, não estavam prontos, e Kleinubing ordenou também que o ex-secretário de Obras Alexandre Brollo inventasse os projetos.
Absolvição por corrupção
Entretanto em 2017, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal rejeitou a última denúncia contra João Paulo Kleinübing (PSD) no âmbito da Operação Tapete Negro, que tramitava em Brasília. A votação ocorreu ontem de manhã em uma reunião extraordinária dos ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Edson Fachin e a decisão por maioria – com votos dos dois primeiros – excluiu o nome de Kleinübing do rol de investigados daquele que já foi chamado de o maior escândalo de corrupção de Blumenau.
Trabalho
João Paulo ressaltou que o seu trabalho, caso eleito, será de gerenciamento e coordenação das metas do governo do Estado, juntamente com Gelson Merísio. Para a Serra Catarinense, enfatiza que existem ações importantes a serem trabalhadas, como a abertura da nova ala do Hospital Geral e Maternidade Tereza Ramos, a permanência do Águia 04 na cidade e a geração de novas vagas de emprego.
Daniela é advogada
É difícil encontrar informações sobre a candidata Daniela Reinehr (PSL) na internet. Daniela é graduada em Direito pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó e tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Público, é produtora rural e foi militar. Entretanto, não especifica como foi sua atuação no serviço militar.
Em seu perfil, divulgado pela assessoria, destacou a participação nos movimentos Vem Pra Rua de 2013, em audiência pública para a volta do voto impresso no Senado Federal e a confecção de um boneco gigante do juiz Sérgio Moro, como forma de apoio a Operação Lava Jato.
Fez parte também de discussões a favor da Escola Sem Partido, em Santa Catarina. Foi convidada pelo PSL para concorrer como vice governadora e essa é a primeira vez que se filia a um partido político e concorre a uma eleição.
Sobre sua participação no Estado, caso eleita, Daniela ressalta que será o braço direito do Comandante Moisés, para que possam efetivar a mudança que tanto querem e esperam os eleitores. “O nosso Estado é repleto de riquezas naturais, tem um potencial econômico invejável e um povo muito trabalhador.
E por toda essa confiança depositada em mim vou trabalhar incansavelmente para que o progresso no nosso Estado seja um exemplo e orgulhe o nosso povo. Teremos um dos dos melhores estados da federação para viver, merecemos isso e esse será meu compromisso como vice-governadora eleita”, acrescenta.
Trabalho
Em relação a Serra Catarinense, destacou que entregarão saúde, segurança e educação de qualidade com eficiência. Entretanto, entende que a prioridade da Serra é com infraestrutura, onde viabilizarão corredores de oportunidades para atrair investidores.
Na última quarta-feira (24), esteve em Lages, onde se encontrou em uma reunião a portas fechadas com alguns representantes do partido. E depois seguiu em reunião da Associação Comercial de Lages (Acil), assim como o candidato ao governo Gelson Merisio (PSD), que cumpriu agenda na cidade no dia 16 de outubro, Daniela foi sabatinada por representantes do Fórum das Entidades de Lages.