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Além do futsal, ser bombeiro também era um sonho

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Ele atua nas viaturas de socorro de urgência e emergência - Foto: Bega Godóy

Ricardo Vieira dos Santos, Tio Rica, de 31 anos, começou a despontar no futsal no início dos ano 2000, quando vestiu a camisa do Clube Caça e Tiro. Seu talento chamou a atenção de clubes do Estado, chegando a integrar as equipes do ADC Balneário Camboriú, Anjo Química Futsal de Criciúma, Siderópolis Futsal, Capivari de Baixo Futsal, Floripa Futsal e Lages Futsal. Foram dez anos nas quadras pelo Estado.

O pivô é campeão estadual Sub 20 (2005), campeão estadual da Primeira Divisão em 2007 e 2009 e campeão dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) em 2009 e 2010. Em 2011, deixou o futsal, pois passou no concurso do Corpo de Bombeiros.

No ano seguinte, começou a carreira militar. “Era hora de virar a chave, me dedicar a outro sonho”, afirma ao destacar que ficaram as amizades, a saudade dos treinos e os jogos importantes. 

Como cabo do Bombeiro Militar do Estado de Santa Catarina, ele atua no setor  operacional, nas viaturas do socorro de urgência, combate a incêndio e resgates. Casado há oito anos com a também bombeira soldada Janaina, que é coordenadora do projeto Bombeiro Mirim, com quem tem Estela de dois anos.  

O bacharel em Educação Física mora no Bairro Frei Rogério e disse que trouxe do futsal para a vida profissional, o trabalho coletivo, a dedicação diária em busca de um objetivo, a disciplina e a alegria de fazer o que ama.

Ele não se arrepende de nada no que se refere ao tempo dedicado ao futsal. “Sempre fui muito focado e sabia até onde iria com o futsal. Meu objetivo sempre foi ganhar para custear meus estudos e buscar o concurso e isso aconteceu, porém, ganhei muito mais com tudo o que vivi no futsal”, explica.

Satisfeito com suas escolhas, observa que percebeu que tinha talento para o futsal tarde demais. “Já estava fora de casa jogando e até achava que tinha jeito, mas a vida me ensinou demais e vi que não era tão simples assim, tive oportunidades únicas (treinadores espetaculares na formação de atletas) e percebi que não tinha jeito e sim aprendi a ter jeito”,  salienta o corintiano.

Para  Tio Rica, o futsal é uma modalidade apaixonante, cada vez mais nivelada nacionalmente, crescendo no estadualmente, sempre buscando a ascensão. “Fico muito feliz com o crescimento do futsal feminino e por Lages ser parte fundamental dessa evolução. Porém, acredito que ainda falta investimento dos poderes público e privado”, analisa..

O bombeiro conta que descobriu uma forma diferente de se desafiar e ao mesmo tempo cuidar da saúde, focando  na qualidade de vida. “Este ano realizei várias provas. As principais foram: Maratona Internacional de Floripa (42K), DesaFRIO em Urubici (25K) e Serra do Rio do Rastro (25K). Virou especialista em corridas de rua.

“Muito bom jogar em casa. Foi aqui que comecei e  aqui onde fiz meus últimos jogos. Ter a família e amigos por perto te prestigiando é sempre especial.”

Correio Lageano: Como você lida com a pressão do dia a dia na sua profissão?

Tio Rica: Sei da tamanha responsabilidade que carrego ao vestir a farda e ir trabalhar, mas quando se ama o que se faz é tudo mais fácil. A pressão com as sirenes tocando, sem ao certo saber o que lhe espera no local da ocorrência me faz vibrar e me preparar cada vez mais para poder realizar sempre meu trabalho com efetividade e segurança em prol da comunidade.

Por que escolheu ser bombeiro? 

Sempre achei uma profissão muito bonita e de uma coragem admirável, mas essa paixão, realmente, despertou após acompanhar meu irmão, que também é bombeiro, contando suas histórias, relatos e vivência nessa profissão. E após entrar e passar pelo curso de formação é um sentimento que só cresce e, a cada dia que você aprende algo novo, isso se fortalece.

A reportagem sobre o ex-atleta Ricardo dos Santos encerra a série especial “Por Onde Anda”. A Serra Catarinense sempre foi referência no esporte. Atletas de várias modalidades levaram o nome dos municípios ao ponto mais alto dos pódios.

Alguns, com o passar do tempo, trocaram as pistas, tatames e quadras por uma vida mais reclusa e, por meio do “Por Onde Anda”, o Correio Lageano resgatou e valorizou essas trajetórias.

Temos consciência de que outros personagens também poderiam ter suas histórias contadas, mas nosso objetivo era encerrar este trabalho em 2019 e consideramos que a meta foi cumprida. 

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