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A única certeza é que ele não aceita ajuda

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Foto: Correio Lageano

O Correio Lageano acompanhou a psicóloga Suelen de Liz da Silva, que atua no programa de Abordagem Social do município de Lages, em uma visita a um senhor que está acampado às margens da BR-282, próximo ao trevo com a BR-116, no Bairro Cidade Alta, na Serra Catarinense. A visita foi motivada devido aos compartilhamentos nas redes sociais sobre a história de Irineu Branco da Silva que vive em situação de rua. 

Chegando ao local, o homem que já é velho conhecido dos profissionais da Abordagem Social, que trabalham para acolhê-lo no Centro de Referência para População em Situação de Rua (POP), deste 2017, estava deitado no interior de um barraco montado com uma lona de plástico.

Ao ser abordado até que foi gentil, e se pôs à disposição para dar entrevista ao CL. Falou bastante. Durante aproximadamente 15 minutos, tempo suficiente para se perceber que ele foge da realidade, além disso, apresentava visíveis sinais de embriaguez e até foi um pouco atrevido com as profissionais.

Ele relata que é natural de Anita Garibaldi. Um pouco confuso, diz que a mãe se chama Maria da Graça e o pai Hildebrando dos Santos Constantino. Que tem uns 20 irmãos de pais diferentes, mas recusa a ajuda deles também.

“Foi Deus que determinou que devo morar aqui. Não me falta nada”. Irineu afirma que é pai: “Tenho uma filha que fará 36 anos no dia 31 de julho, mas não sei onde ela está, apenas que se chama “Solange.”

Até com relação ao próprio nome, surgem contradições, o que dificulta a veracidade da identidade. Ele respondeu que foi assaltado por uma mulher no Terminal Urbano e que os documentos estão na “Justiça”, sem mais detalhes. “Meus documentos foram roubados para eu não sair daqui, segundo Jesus Cristo”, disse olhando para o céu.

Quanto à profissão, explicou que trabalhou como produtor rural. “Sempre trabalhei na roça”. Porém, não esclarece o que o motivou a viver nessas condições. Em relação à alimentação, Irineu explica que não tem do que reclamar e recebe muitas doações. “Chego a ganhar até duas marmitas por refeição.”

Para finalizar, Irineu afirma que não irá para o Centro POP. “É só o tempo de chegar e ter que sair, vamos brigar lá [Centro Pop]. É só arrumar as malas,” argumenta ele, referindo-se à psicóloga que atende no local. Ainda se arrisca a dar uma palinha de uma música de Teodoro e Sampaio. “Arruma as malas e diz que vai embora”.

Os profissionais da Abordagem Social explicaram que não podem retirar Irineu daquele local e que ele somente irá para uma instituição de acolhimento se esta for a sua vontade. De qualquer forma, são feitas visitas regulares a ele.

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