Um conjunto de fatores, como as más condições de trabalho, o desprestígio social da profissão e a baixa remuneração dos docentes, dentre outros, têm ajudado a afastar os jovens do magistério. Neste contexto, os baixos salários talvez representem o principal obstáculo.
Atualmente, o piso nacional do magistério, aprovado no ano passado pelo Governo do Federal, é de R$ 2.455,35, para jornada de 40 horas semanais. Os valores variam dependendo do município. Além disso, se comparar os valores pagos aos professores em países desenvolvidos, a diferença daquilo que é praticado aqui no Brasil, é assustadora.
No Brasil, os docentes em início de carreira do ensino fundamental em escolas públicas recebem, em média, 10.375 dólares/ano. Enquanto isso, em Luxemburgo, por exemplo, o salário é de 66.085 dólares/ano. Os dados são de uma pesquisa da Education at a Glace 2014, que mapeia números sobre a educação em 34 países, incluindo o Brasil.
Outros dados que chamam a atenção são da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Conforme o órgão, no ano passado, o salário dos professores brasileiros representava cerca de 60% da média salarial de outras profissões.
Para completar este quadro desolador, alguns municípios brasileiros não pagam o piso aos professores. Em Santa Catarina, conforme levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2014, em 108 municípios do Estado, o professor recebia em média menos do que o piso, que na época era de R$ 1.697,00.
Na relação das cidades que pagavam menos, algumas eram de região serrana. Na outra ponta da lista, Jaraguá do Sul, no Norte do Estado, com um salário de R$ 4.613,10, 77% a mais do a média nacional, era o município com o maior piso. Já em Lages, o professor recebia em média R$ 2.396,35, valor 41% acima do piso nacional.