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Vice-prefeito de São Joaquim se torna réu por lavagem de dinheiro

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Foto: Divulgação

O Ministério Público concluiu, recentemente, uma investigação envolvendo diversas pessoas que atuavam em Santa Catarina no intuito de “furar” a fila do SUS para as cirurgias eletivas. Entre os denunciados, consta o nome do vice-prefeito de São Joaquim, Maurício Yamashiro.

Segundo informações que constam no site do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, o crime teria acontecido no ano de 2014, quando um assessor parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), possuindo conhecimento acerca do funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), arrebanhou diversos pacientes que necessitavam de cirurgias consideradas eletivas, não emergenciais, os quais, pelos trâmites normais, deveriam aguardar na fila de espera do SUS até serem atendidos.

Objetivando o recebimento de valores ilícitos para si, para os intermediadores e para os médicos envolvidos no esquema, o assessor parlamentar falsificava e inseria informações falsas em documentos a fim de que pacientes “furassem” a fila de espera regular e fossem, com isso, atendidas rapidamente e os procedimentos cirúrgicos fossem agendados e realizados com maior rapidez.

Ainda de acordo com as informações contidas no processo, o vice-prefeito de São Joaquim, o assessor da assembleia e mais um médico solicitaram e, posteriormente, receberam para si e para outras pessoas, vantagem indevida de uma paciente idosa, moradora do município, o valor de R$ 5 mil em dinheiro, para que ela fosse submetida ao procedimento cirúrgico de “artroplastia”. Apesar de a cirurgia ter sido realizada em Santo Amaro da Imperatriz, e custeada integralmente pelo SUS.

O MP ainda destacou que foi o próprio Yamashiro o responsável pelo transporte da vítima e de seus familiares até Santo Amaro, e lá teriam se encontrado com outros denunciados e que não permitiram que a paciente ou seus familiares conversassem com a atendente do hospital, inclusive, fazendo constar na ficha de internação a falsa informação de que a idosa era de Jaguaruna.

Também teriam pedido aos familiares e à paciente que não comentassem com ninguém do hospital o pagamento pela cirurgia, com o evidente propósito de assegurar a realização do procedimento cirúrgico pelo SUS e de evitar que esse pagamento fosse descoberto.

O vice-prefeito, recebendo a orientação do assessor da Alesc, teria ainda recebido o dinheiro indevido da idosa e, inclusive, depositado na conta de um terceiro, genro do assessor, que estaria ciente do trâmite

Defesa de Yamashiro

Yamashiro enviou uma nota, via WhatsApp ao portal São Joaquim Online. No documento, assinado por ele, declara que possui conduta ética e ilibada, não compactuando com qualquer ato ilícito da administração pública e que não foi intimado a responder qualquer ação e tem certeza que será inocentado:

O Ministério Público

O órgão se manifestou respondendo que o processo ainda está na fase inicial e que os envolvidos não foram ouvidos, mas que a investigação já foi concluída, as provas colhidas e a denúncia aceita pelo Judiciário. Agora, os denunciados serão notificados para apresentarem defesa e produzirem provas contrárias à acusação.

De acordo com o ministério, o vice-prefeito é réu em outra ação, esta, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; e responde, também, por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito.

Fonte: São Joaquim Online