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Um por todos e todos por um

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Foto: Divulgação

Ter empatia significa ter a capacidade psicológica para sentir o que sentiria outra pessoa, caso estivesse vivenciando a mesma situação. Sendo assim, não é tão difícil pensar no motivo pelo qual a população se sensibiliza com acontecimentos que levam à tristeza de outras centenas, mesmo que em locais bastante distantes.

Nesta semana, as redes sociais foram tomadas por notícias sobre o incidente na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais. Além do desastre natural causado pelo rompimento da barragem, o sofrimento atingiu milhares de famílias que perderam entes queridos e todos os seus bens materiais.

Mesmo de longe, sem conhecer nenhuma daquelas pessoas, milhares se sensibilizaram com o ocorrido. Profissionais de todos os cantos do Brasil foram ao local para ajudar e quem não podia estar presente, enviava as melhores vibrações através das redes sociais.

A sensação de luto coletivo pode ser explicada pelos profissionais da área da saúde. Segundo a neuropsicóloga Janaina Gilcionir Branco dos Santos (CRP – 12/06736), 70% das pessoas têm empatia por situações de choque coletivo, mesmo que este esteja longe de sua vida pessoal.

 

Foto: Agnes Samantha

Cada um, lida de uma forma diante de desastres, sendo eles naturais ou não. Grande parte dos jovens e adolescentes ficam aterrorizados, com receio de que algo parecido aconteça em sua vida, já os mais idosos levam um choque, como se aquilo fosse uma demonstração do fim do mundo. “É importante enfatizar que todos os sentimentos são certos, ninguém está errado no modo de agir, alguns mais tranquilos e outros mais descontrolados.”

O choque vale também para perdas pessoais, como a de um ente querido ou de um desastre natural que atingiu a família. O cérebro tem uma memória de curto e longo prazo, e prazo indeterminado, e o acumulo de sentimentos, por vezes, faz com que em períodos mais calmos, que não aparentam ter problemas, pessoas estejam ansiosas, com mudanças de humor ou até mesmo no apetite.

O cérebro pode alinhar pensamentos que façam recordar de eventos passados e deixar com que a pessoa entre em conflito com suas emoções. Neste ponto, Janaina enfatiza a importância de a pessoa aprender a lidar com seu autocontrole, tendo empatia com a situação, mas não a deixando atingir suas características próprias.

Dado a isso a importância de procurar um profissional da área para um tratamento. “Quem não tem condições de fazer terapia, deve conversar com amigos, familiares, falar sobre o problema. Quanto mais distante ficamos do que nos aflige, maior é o choque quando temos que lidar com a situação.”

Uma dica dada por Janaina é estar atualizado com o problema, procurar informações que possam sanar as dúvidas, para que o cérebro não crie uma versão própria. Entrar em contato com aquela realidade e conversar sobre ela. “Não guardar sentimentos, porque isso pode causar desestrutura, você deve falar sobre os medos e anseios,” diz ela, além de alertar para que nesses períodos de grande choque, a pessoa não tome decisão que poderá afetar sua vida a longo prazo, assim como a compra de um bem muito valioso ou uma mudança.

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