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Tiga, a nova leoa da Serra

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Jogadora se diz impressionada com o carinho dos lageanos pelo esporte - Foto: Vinicius Prado

Direto de São Paulo, a jogadora Adriana Costa, a Tiga, agora faz parte do elenco 2018 do time Leoas da Serra. Tendo jogado pelas Leoas durante os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), a mais nova contratada conta sobre sua carreira e expectativa de vestir a camisa do time. Ela, que já jogou pela Seleção de Guiné e jogava – por último – pelo time Grêmio Osasco Audax (SP), vem para somar à equipe vencedora da Copa do Brasil.

Como foi a “conversa” para você fazer parte do time Leoas da Serra?
Um jornalista de São Paulo, que cobre o futebol feminino lá, foi contactado pelo Maurício Neves de Jesus, que precisava de referência de alguma jogadora, então ele me indicou. Eu já havia jogado com ele numa equipe que ele administrava também. Aí eu conversei com ele, nós combinamos e vim para Lages jogar os Jasc.

O time Leoas da Serra, além da equipe, tem todo um projeto social. O que você pensa desse trabalho e engajamento?
Incrível! Eu acho fantástico porque deveria acontecer no Brasil inteiro o que eles fazem aqui. Mas aí precisaria de mais Maurícios, mais Rafaelas, todo o pessoal e a diretoria pelo time, coisa que eu nunca tinha visto na minha vida, em todos os anos em que jogo profissional. O prazo e o empenho deles com o projeto total, não é somente o alto rendimento e a gente jogando, ganhando títulos, isso é muito importante também. Porém, o que vem junto com isso, principalmente o projeto social, são as próprias atletas dando aula, passando a experiência para outras meninas. Se a gente não transformar atletas, que a gente consiga formar cidadãos, que através do esporte consigam levar responsabilidade, companheirismo, e tudo de positivo que o esporte permite.

A Tiga está em Lages, mas se naturalizou em Guiné. Como foi sua experiência nesse país, o que você realizou lá?
Um treinador meu foi contratado para comandar a Seleção de Guiné Equatorial na Copa do Mundo de 2011, na Alemanha. Ele pediu a cinco jogadoras brasileiras para se naturalizarem e, entre elas, eu. Fui com o maior prazer porque aqui é financeiramente difícil jogar e, lá, seria muito bom para mim. Acabei ficando lá, sendo convocada mais vezes, joguei na Copa da África, também. Tenho orgulho do meu país, de ter sido naturalizada.

Você que esteve lá, o que vê de semelhança cultural entre Guiné e Brasil?
É bem diferente. Começando pela pobreza. Quem é rico é muito rico, e quem é pobre é muito pobre. A cultura africana é bonita, diferente, eu acho lindo. Mas essa desigualdade, que tem em todo lugar é gritante. Isso me espanta, mas eu moraria lá tranquilamente.

No próximo dia 3 de março tem amistoso contra o Corinthians. Qual a expectativa para essa partida?
A melhor possível, como sempre. A gente começou a treinar há uma semana, com treinos bem intensos, físicos e táticos. Vai ser lindo porque tenho certeza que conseguiremos lotar o Jones, como das outras vezes. Estamos pensando como vai ser, porque é um time forte. Vai ser um clássico, são duas potências do futsal feminino.

E quanto à torcida, como você enxerga esse movimento em Lages, com as Leoas?
Eu nunca tinha jogado com ginásio lotado, nessa proporção [como no Jasc]. Para mim, foi incrível. O primeiro jogo que eu cheguei, lembro que estava descendo para o vestiário e já tinha bastante gente. Quando voltei do vestiário não tinha mais lugar para ninguém. Assim, você joga com um prazer imenso, se joga pela torcida, fazendo o seu melhor, porque você vê aquelas crianças na beirada, esperando você passar, te admirando de uma forma incrível.