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Senado vai publicar obras de autores mineiros em braile

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Brasília – 22 de maio/2010 – O Senado está firmando convênio com a Secretaria de Cultura de Minas Gerais para publicar, em braile, obras literárias de autores mineiros. O anúncio foi feito pelo diretor-executivo da Secretaria Especial de Editoração e Publicações (Seep), Florian Madruga, no estande do Senado instalado na Bienal do Livro de Minas 2010, durante solenidade de doação de livros em braile para entidades mineiras que prestam apoio a portadores de deficiência visual.

Receberam os títulos em braile do Senado a Associação de Cegos Louis Braille, a Escola Estadual São Rafael (Instituto São Rafael) e a Superintendência das Escolas Públicas de Minas Gerais. Foram doados a Constituição do Estado de Minas Gerais, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o Dicionário da Língua Portuguesa, a Lei de Acessibilidade e a Lei de Responsabilidade Fiscal, além de O Velho Senado, obra de Machado de Assis.

O diretor-geral-adjunto Luciano de Souza Gomes lembrou que o Senado Federal é muito mais do que a atividade legislativa, as sessões de Plenário e reuniões de comissões transmitidas pela TV e pela Rádio Senado. Ele citou alguns setores da instituição que desenvolvem um trabalho de excelência e que não contam com tanta visibilidade, como a Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho, o Instituto Legislativo Brasileiro, o Programa Interlegis e a própria Gráfica do Senado.

– O Senado é muito além do que uma fábrica de leis; é uma Casa voltada para a cidadania. Apesar das crises pontuais que atingiram a instituição e que são comuns em qualquer órgão, o Senado continua e continuará sendo um dos guardiões da democracia – afirmou Luciano Gomes.

Inclusão

Jerônimo Alvim de Andrade, 39 anos, é aluno dos cursos de braile, de violão e de flauta no Instituto São Rafael. Há dois anos ele descobriu que sofria de retinose pigmentar (degeneração progressiva dos fotorreceptores retinianos, que são as células sensíveis à luz). O problema agravou-se rapidamente e hoje ele não enxerga. Jerônimo denunciou que o Decreto 5.626/05 – que torna obrigatória a presença de intérprete visual ou auditivo na sala-de-aula que tenha aluno portador de deficiência visual ou auditiva – não está sendo cumprido.

– As leis de inclusão social têm que ser aplicadas de verdade. Hoje está só no papel. Em Ibirité, cidade mineira com 30 mil habitantes onde moro, existem apenas dois professores que lêem braile em toda a rede escolar – declarou Jerônimo Andrade.

Siman Silva de Jesus, interna da Associação dos Cegos Louis Braille que representou a entidade na solenidade de doação da obras em braile, sofre de glaucoma desde que nasceu. Ela não tem os olhos. Graças ao braile, Siman conseguiu estudar e hoje tem um trabalho que a ajuda a manter-se. José do Carmo nasceu sem ver. Hoje trabalha no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. Ele lamentou que poucas instituições desenvolvam projetos em benefício dos portadores de deficiência visual

Roberto Homem / Agência Senado

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