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Rio Carahá virou córrego de esgoto

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Foto: Susana Küster

O Rio Carahá possui cerca de 7 mil metros de extensão que cortam  boa parte da cidade de Lages e, ao longo de todo o trecho, recebe esgoto sem tratamento. A afirmação é do secretário da Semasa, Jurandi Agostini, e confere com o cheiro em determinados locais do rio.

Em alguns pontos, principalmente em dias de calor, o odor fica mais forte. Mas, quando está frio, também há mau cheiro. A água escura e com lixo em muitos pontos, dá a impressão que o rio, vindo de duas nascentes que despejam água limpa, virou esgoto a céu aberto. 

Há galerias em vários trechos e todas despejam água suja no leito do Carahá. Dentro de uma  dessas galerias, por exemplo, perto do cruzamento com a Avenida Papa João XXIII, há dois pneus.

Especialmente após a ocorrência de alagamentos, vários objetos comprovam como o Carahá está poluído. Sacolas, garrafas PET, madeiras e até um sofá e uma geladeira já foram encontrados. Na semana passada, apareceu uma espuma branca em um dos pontos do rio e a água foi coletada para análise. Desconfia-se ser proveniente de produtos de limpeza ou de produtos químicos.

Para o secretário, a situação seria melhor se as pessoas cumprissem a lei. “Onde não tem esgoto, é preciso ter fossa e filtro. O que deve estar acontecendo é que as fossas não são limpas ou nem existem em algumas propriedades”.

Outro ponto que piora a situação, de acordo com Jurandi Agostini, são as construções irregulares pelo lixo que geram e também pela falta de espaço que a secretaria tem para arrumar a rede.

Além do esgoto, o leito também serve para receber as águas da rede pluvial. “Com o tempo, quem sabe, as pessoas possam pescar e nadar nele de novo. Mas ainda há muito trabalho a ser feito e a fiscalização deverá ser intensa,” diz o secretário.

Como melhorar

O percentual de esgoto tratado da cidade é outro indicador preocupante, pois, segundo o secretário da Semasa, apenas 23% do esgoto recebe tratamento. A expectativa é que esse número mude quando os Complexos Araucária e Ponte Grande ficarem prontos.

No caso do primeiro, a previsão é que até o fim do mês os testes na rede se iniciem e quando funcionar de forma efetiva, o índice de tratamento de esgoto aumentará 25%, totalizando 48%. Quando o Complexo Ponte Grande funcionar, o secretário afirma que esse percentual subirá para 85%. “Mas até isso acontecer, vai demorar um pouco.”

Espuma no Carahá era de detergente

Por Patrícia Vieira

Uma espuma branca que apareceu no Rio Carahá, no encontro das avenidas Belisário Ramos e Presidente Vargas, no Centro de Lages, no dia 9 de maio, despertou a curiosidade dos moradores. O engenheiro químico do Consórcio Águas do Planalto, Altherre Branco, explica que após análises, verificou-se que a o fenômeno foi causado por detergente.

Ainda a partir da análise laboratorial, também constatou-se que a espuma apareceu pela falta de chuva. Devido à baixa vazão da água, e à presença de esgotos domésticos não tratados que dificultam a decomposição de detergentes.

Neste caso, a espuma no Rio Carahá originou-se de um agente ativo que existe em detergentes que sai do esgoto das pias.. “Não há o que temer, já que a espuma não é considerada tóxica”, afirma o engenheiro. Pois com a falta de chuva, os produtos se acumularam no trecho pela falta de oxigênio na água.  

Ainda de acordo com o engenheiro químico, não há mais concentração de espuma no local. Apenas bolhas se formam devido à força da queda da água. Ele ressalta que o fenômeno foi em ponto isolado, e não há registro em outros pontos do rio.

Altherre Branco cita reforça que a implantação da rede de esgoto em toda a extensão da avenida Ponte Grande e do Complexo Araucária irá contribuir para que o esgoto doméstico não seja despejado nos rios.

 

Apenas bolhas se formam no local devido a queda da água – Foto: Patrícia Vieira