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Rio alaga estrada e isola moradores

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LAGES, 24/06/2010, Correio Lageano

 


“A estrada além de atolar os carros, também deixa muitas vezes as pessoas ilhadas. E se alguém ficar doente, como vai ser socorrido?”. Este é um desabafo da moradora da localidade de Tributo, Kassiane Garcia.

 

Os moradores e agricultores da região se queixam do acesso para a cidade, pois quando não está atolado, um trecho que está no mesmo nível do Rio Tributo fica alagado. Para prefeitura, solução depende dos próprios moradores.

 


São quase 30 quilômetros de estrada que começa no bairro Tributo e termina na SC-425, próximo da localidade de Cadeados. Mais de 100 pessoas entre estudantes, agricultores e moradores precisam transitar diariamente pela via.

 

Na localidade, existe uma plantação de 280 mil pés de morangos, que são vendidos para várias cidades do Estado. Segundo a proprietária, Sandra Spiker, no mês de abril, foram perdidas 6 mil caixas de morango, “choveu durante uma hora e o rio tomou conta da estrada. Demorou 4 dias para podermos passar e isso foi o bastante para perdermos a carga”, disse.

 

De acordo com Sandra, não foi a primeira vez que ela teve prejuízo devido as más condições da estrada. “Temos que levar nossos 50 funcionários para trabalhar, senão eles não conseguem chegar até a plantação. Até nossa caminhonete já estragou, não há carro que aguente”, salienta.

 


Antonio Evar Campos mora na comunidade, mas precisou estudar em Lages, “as crianças que moram lá vivem perdendo aula, pois a Topic muitas vezes não consegue nem chegar perto de onde elas estão”, comenta.

 


Kassiane Garcia trabalha e estuda em Lages, mas mora na localidade. Ela também reclama das más condições do trajeto. “Volto sozinha, atolo meu carro toda semana, preciso ficar chamando os vizinhos que têm trator. Meu carro é novo, mas já está acabado”, relata.

 


Segundo a moradora, o problema já existe há mais de um ano, mas a estrada está cada vez pior. Os moradores da localidade já fizeram um abaixo-assinado, contendo mais de 100 assinaturas e entregaram no gabinete do prefeito Renato Nunes de Oliveira.

 

Aconteceu também há 2 meses uma audiência pública, envolvendo várias vereadores e comunidade. Segundo Kassiane, algumas alternativas foram propostas, mas nenhuma que solucionasse o problema.

 


O secretário de agricultura, Waldemar da Silva Madureira, aponta duas soluções para resolver definitivamente as condições precárias da estrada. “Estávamos tirando o cascalho de uma propriedade que fica ali perto. Mas o proprietário não permitiu mais. Infelizmente não temos outro lugar para tirar esse tipo de material”, ressalta.

 


Segundo ele, se os moradores conseguirem o material, a prefeitura fornece a mão de obra e as máquinas necessárias. Mas mesmo assim, essa estrada tem um fator que agrava o problema de buracos e barro, “os caminhões cortam caminho, para não pagar pedágio em Correia Pinto”, lembra o secretário.

 


Para resolver o problema da enchente, que já acontece há pelo menos 30 anos, Madureira diz que a única solução é desviar a estrada por um terreno que tem próximo do local. Porém o proprietário não permite que seja feita a mudança, “ele não autoriza, infelizmente não tem outra solução. Não podemos mudar o curso do rio”, lamenta.

 


O secretário ainda enfatiza que existem lugares piores e que a secretaria precisa resolver os mais urgentes primeiro. “Estamos na localidade de Três Árvores, depois vamos para Gramados”, finaliza.

 

Fotos: Divulgação

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