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Regional de Saúde descarta novos casos como o da acadêmica de Medicina Veterinária

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Foto: Médico, Rafael Frizon, explica que a meningite e a meningococcemia têm origem na mesma bactéria, mas são doenças diferentes - Foto: Núbia Garcia

Nesta segunda-feira (15) completa 10 dias da morte da acadêmica de Medicina Veterinária do CAV/Udesc, Nicole Canhada, 18 anos. A jovem teve Meningococcemia, uma doença de difícil diagnóstico e evolução rápida. De acordo com a Regional de Saúde de Lages, como o período de incubação da doença é de dois a 10 dias, a partir de hoje já pode ser descartada a possibilidade de novos casos relacionados ao que causou a morte de Nicole.

Contudo, o gerente regional de Saúde, Aloisio Piroli, explica que como a doença surge a partir da transmissão de uma bactéria, a possibilidade de outros casos surgirem não é nula. “Existe possibilidade de novos casos, mas a probabilidade de que seja em função deste caso [Nicole], está cada vez mais distante, pois já estamos no final do período de incubação da doença. É um caso que merece atenção, mas há doenças bem mais preocupantes, como a epidemia de sífilis”, analisa.

A doença que causou a morte da jovem estudante em Lages não é muito comum, porém, tem uma alta taxa de mortalidade. De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), em 2018 foram identificados no estado 89 casos de Meningococcemia e 16 óbitos. Neste ano são oito casos e essa foi a primeira morte.

Nome e origem parecidos, doenças diferentes

Nos dias que se seguiram a morte da universitária, boatos de que a causa foi meningite deixaram a comunidade acadêmica em polvorosa. Porém, apesar do nome e origem parecidos, a meningococcemia e a meningite podem apresentar sintomas diferentes.

De acordo com o neurologista Rafael Frizon, a doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda, de evolução rápida, agressiva e com alta mortalidade, causada pela bactéria Neisseria meningitidis. Esta bactéria pode afetar o organismo de duas formas: provocando inflamação nas membranas que revestem o sistema nervoso central (meningite); ou causando uma infecção generalizada (meningococcemia) – o que aconteceu com Nicole.

A transmissão de ambas é semelhante, pois podem se dar por contato com secreções respiratórias (beijo, espirro, etc) ou por contato íntimo prolongado (pessoas que moram na mesma casa, trabalham no mesmo local), mas sua evolução pode ser diferente em cada pessoa. Segundo Frizon, o contágio depende de uma série de fatores, como a predisposição imunológica. “Uma pessoa pode ter contato com doentes e não desenvolver a doença. Para que a doença se desenvolva, dentre outros fatores, é preciso que o paciente infectado esteja em um momento imunológico predisposto, ou seja, precisa estar com a imunidade baixa”, explica.

O médico recomenda que a melhor forma de evitar o contágio, desta e de outras doenças, é manter a higiene pessoal, como lavar as mãos com frequência e sempre cobrir a boca ao espirrar, além de evitar permanecer por muito tempo em ambientes fechados, com muitas pessoas e sem circulação de ar. Frizon orienta que, em caso de dúvida o ideal é sempre procurar atendimento médico.

Piroli descartada a possibilidade de novos casos relacionados ao que causou a morte de Nicole – Foto: Núbia Garcia

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