Economia e Negócios

Programa pretende aumentar qualidade e produção da pecuária de corte

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Fotos: Adecir Morais

O investimento em pastagem e em genérica parece ser uma boa opção para desenvolver a pecuária de corte em Santa Catarina. O Estado, aliás, não é autossuficiente em produção de carne bovina. Aproximadamente, de 50% da carne que consome, vem de outros estados do país.

Atento a esta demanda, a Federação da Agricultura e Pecuária de Estado (Faesc) criou o programa de Assistência Técnica Gerencial (ATeG), desenvolvido em parceria com o Sebrae-SC e sindicatos rurais. O ATeG existe há cerca de dois anos e, atualmente, envolve 840 produtores, de 77 municípios, disponibilizando assistência técnica gratuita mensal. Em março do ano que vem, a meta é ampliar para 1.500 participantes.

Os resultados do programa foram apresentados no dia de campo, na Fazenda Araucária, na Localidade de Cambará, em Bom Retiro, na Serra, referência do programa. Na ocasião, os produtores conheceram a propriedade e os avanços técnicos produtivos trazidos com o projeto no manejo da pastagem, integração lavoura/pecuária, melhoramento do campo nativo e genética.

Durante as atividades, os participantes, divididos em grupos, percorreram a propriedade e participaram de oficinas. A programação terminou com uma coletiva à imprensa e um almoço de confraternização. O evento foi promovido pela Faesc em conjunto com o Sebrae-SC.

De acordo com o vice-presidente da Faesc e coordenador estadual do projeto, Antônio Marcos Pagani de Souza, o programa atua na questão do gerenciamento das propriedades, melhoria de pastagem, adubação, manejo sanitário e melhoramento genético. O objetivo é aumentar a qualidade e a produção de gado de corte, com um incremento de mais de 10% no valor da comercialização dos animais.

Além disso, a Faesc desenvolve, em parceria com o Sebrae, o projeto denominado Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF). No ano passado, foram inseminadas 19 mil vacas, com 69% de índice de prenhez. Para este ano, outras 31 mil vacas deverão ser inseminadas. O objetivo é incrementar a qualidade de produção.

Fazenda Araucária, em Bom Retiro, recebeu mais de 800 pessoas para Dia de Campo sobre pecuária

Produção

Antônio afirma que a produção de gado de corte vem aumentando em Santa Catarina. Entre 2011 e 2015, o rebanho catarinense cresceu 9%. Ainda assim, a produção é insuficiente para atender à demanda interna. Cerca de 50% da carne de boi consumida pelos catarinenses vem de fora. Atualmente, o rebanho total catarinense é de cerca de 5 milhões de animais.

Mesmo com uma produção insuficiente para atender ao mercado interno, parte da carne produzida em Santa Catarina é exportada. Nos primeiros quatro meses deste ano, foram exportadas 1,63 mil toneladas do produto, um aumento de 196,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Antonio afirmou que, com o melhoramento da pastagem, a tendência é que aumente a produção, o que ampliará ainda mais a oferta. Enquanto em área de campo nativo produz-se 0,4 boi por hectare, na pastagem melhorada, a produção cresce para quatro animais por hectares.

Pecuarista do município de Correia Pinto, na Serra, José Airton dos Santos participa do ATeG. “Estamos aprendendo como fazer o manejo correto e melhoramento da pastagem,” comentou ele, que cria a raça Devon e trabalha com inseminação artificial.

Bom Retiro é referência

Bom Retiro, conforme a Epagri, conta com grande diversidade na produção agropecuária, que é um dos pilares de sua economia. As principais atividades estão relacionadas às culturas de cebola, tomate, maçã, pera, milho, soja, além da pecuária leiteira e de corte. No entanto, o município vem se destacando na criação de bois para o abate por causa do crescente melhoramento genético. A integração lavoura-pecuária tem levado a pecuária de corte de Bom Retiro a uma série de mudanças e avanços no manejo sanitário, nutricional e reprodutivo nas propriedades.

A Epagri vem atuando junto aos produtores, incentivando a implantação e manejo de pastagens perenes de verão com gramíneas de alto rendimento, como Jiggs, Tifton e Missioneira Gigante e, posteriormente, com sobressemeadura de anuais de inverno, suscitando um contraponto entre grãos e pastagens. A empresa também realiza encontros grupais com  informações sobre instalações de cerca elétrica, melhoramento genético, manejo sanitário visando a um animal precoce com bom acabamento e qualidade de carne.

A Fazenda Araucária virou referência em qualidade e aumentou da produção de gado de corte

Sobre a Fazenda Araucária

De propriedade do pecuarista Wilson Luiz Kauling, a Fazenda Araucária, onde aconteceu o Dia de Campo, tem de pastagens de inverno, possibilitando um novo ambiente para tomada de decisões, principalmente, voltadas ao sistema reprodutivo e ao melhoramento genético. As raças criadas são Aberdeen e Red Angus, Devon e Polled Hereford. A propriedade faz o aparte de aproximados 200 bezerros ao ano, que são comercializados com produtores terminadores e na feira municipal.

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