Economia e Negócios

Preço do gás sobe 80% nos últimos seis meses

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No restaurante Zamban, no Centro de Lages, o forno elétrico foi solução para diminuir os gastos. -Foto: Camila Paes

Nos últimos seis meses, o preço do botijão de gás, usado em quase todas as residências brasileiras, sofreu um acréscimo de mais de 80%. A desculpa usada pela Petrobras, única distribuidora do serviço no País, é que eventos extraordinários, como os impactos do furacão Harvey em agosto do ano passado nos Estados Unidos, afetou a exportação do produto.

O aumento mais significativo foi realizado em outubro, quando a refinaria anunciou um aumento de 12,9%. A última variação, em dezembro, foi de 8,9%. Antes de a Petrobras informar que faria esses reajustes, o preço do botijão de até 13 kg, aquele usado em cozinhas residenciais, estava em R$ 53. Hoje, ao comprar o mesmo produto, o consumidor pode chegar a pagar até R$ 67.

No restaurante Zamban, no Centro de Lages, a proprietária Cristiane Lessa explica que foi necessário optar por novas medidas a fim de não afetar o preço final para o consumidor. Adquiriram um forno que também cozinha. Assim, o aparelho passou a ser mais utilizado que o fogão convencional para a produção dos alimentos.

O presidente executivo do Sindicato dos Revendedores de Gás (Sinregás) em Santa Catarina, Jorge Magalhães, explica que a Petrobras é quem controla esses aumentos, com o anúncio mensal da variação.

Desde agosto, não houve queda nos valores e, como é a estatal que comanda essas informações, não há como prever uma possível queda. Ele ressalta que proprietários de revendedoras de gás pensam em revender suas franquias, já que mesmo o gás sendo um produto de consumo essencial, houve registro de queda na procura.

O economista e professor universitário Flávio Valente explica que, assim como os gêneros alimentícios de primeira necessidade, o valor do afeta as pessoas de menor renda, já que é essencial para a sobrevivência.

Ele ressalta que, para cobrir esse gasto a mais, as pessoas têm deixado de fazer outras coisas, comido pior e têm optado por cortar gastos no lazer, por exemplo. “Antes, o gasto mensal com o gás variava de 3% a 4%, hoje está nos 15%, um aumento significativo”, conclui Flávio.

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