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População teme que chova forte

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Ana Lúcia caminha em frente a casa, preocupada com a situação - Foto: Susana Küster

O clima é de medo e tristeza. Moradores de vários bairros de Lages, temem pela chuva prevista para esta sexta-feira (31). Os rios Carahá e Passo Fundo, estavam quase transbordando na noite de quinta-feira (30), e a previsão da Defesa Civil é que isso poderia acontecer na madrugada de sexta-feira, pois a água dos rios ainda estava fluindo, mas quando parar, vai represar e inundar vários pontos da cidade.

O Rio Carahá, ontem à noite, atingiu 3,21 metros, sendo que quando alcançar 4 metros, sai da caixa. O nível da água do Rio Passo Fundo não é medido, pois lá não há a plataforma da estação hidrológica, que existe na ponte de acesso aos bairros Caça e Tiro e Bom Jesus. Então, segundo a Defesa Civil, há monitoramento dos pontos críticos dos rios, a cada hora.

Somente ontem, a Defesa Civil atendeu 12 ocorrências, a maioria por conta de alagamentos localizados em diversos bairros da cidade, que aconteceram devido a tubulações entupidas. As ocorrências de alagamentos foram nos seguintes locais: Ruas Teresinha Arruda Michelon (Bairro Bom Jesus), Protásio Campos (Restinga Seca), Aristides Muniz Vieira (Vila Nova), Adolfo Rodrigues (Penha) e Ovaia (loteamento Caroba).

Dois casos foram mais graves, uma queda de muro em uma casa, no Bairro Promorar e um deslizamento de terra atrás de uma casa, que fica em um beco, no Bairro Santa Helena. A inundação do Rio Carahá acontece quando o nível chega a 3,5 metros, próximo ao Fórum Nereu Ramos. E, aos 4 metros, entre as ruas Cirilo Vieira Ramos e a avenida Belizário Ramos, no Bairro Caça e Tiro.

A incerteza de como tudo se resolverá

O susto foi de manhã. Por volta das 11 horas, Antonio Amaro das Neves, 49 anos, escutou um barulho alto vindo da parte de trás da sua casa, que fica em um beco, no Bairro Santa Helena. O barranco que ficava atrás desmoronou, depois das fortes chuvas desta semana. Com o desmoronamento, os canos de esgoto estouraram e não é possível acessar a parte dos fundos da casa pelas laterais. Para ver o estrago, é preciso descer um morro e entrar em outro beco.

O medo dele e da família é de que o banheiro desmorone, pois a parede está bem torta, chegando a criar um vão entre a outra parede. “Já desbarrancou uma vez, mas foi bem menos e nunca estragou a casa. Hoje, tivemos sorte de conseguir salvar o tanque que ficava ali perto de onde caiu tudo”, lamenta, analisando os restos de terra e árvores em meio a escuridão.  

Neves mora na casa há mais de 30 anos, junto com sua esposa, que sente dores nas pernas; a cunhada, que é acamada e a filha de 14 anos. Ninguém da família trabalha, eles vivem do dinheiro que a cunhada, que é aposentada por invalidez recebe. E, agora, a situação ficou pior, pois não sabem como vão conter o deslizamento de terra e arrumar os estragos. A família pede para quem quiser ajudar, entrar em contato pelo número (49) 99919-9143 e falar com Ana Carolina.

Ele conta que a Defesa Civil esteve no local e deu uma lona. “Também pediram para ligar caso ocorresse algo”. O Correio Lageano ligou para o número de emergência 199, e não havia, ontem à noite, sinal de chamada e às vezes, a linha dava ocupada. Em contato, através do número de plantão da Defesa Civil, 98406-4037, foi informado que o órgão sabe da situação e que as medidas estavam sendo tomadas, e, que uma possível causa da falha no número de emergência é de que a linha estava congestionada.

Moradora achou que era um trovão

Adriana Lima, 48 anos, acordou ontem à noite com um barulho alto e rápido, que achou que fosse um trovão. Mas, ao verificar pela janela da frente de sua casa, no Bairro Promorar, viu que o muro tinha caído e avisou Ana Lúcia dos Santos, 42 anos, da situação. O muro caiu e levou parte da calçada, muita terra e entulho que fazia parte do aterro. “Quando compramos a casa, nos falaram que a calçada e o muro eram resistentes, que podia subir até um carro ali. Hoje, vimos que não há alicerce. Simplesmente aterraram e ergueram o muro com tijolos”.

Adriana conta que a Defesa Civil esteve no local e deu uma lona. Elas têm medo que a calçada desmorone mais e que afete a estrutura da casa. Ambas estão desempregadas e não sabem como vão conseguir arrumar o estrago. “Gostaríamos de resolver logo essa situação, mas não temos dinheiro”. Ela alega que não tem como trabalhar, pois possui sérios problemas de saúde nas articulações, consequência do trabalho pesado na cozinha, que executou a vida toda. E, não está conseguindo se aposentar, mesmo com a ajuda de um advogado.

Ana Lúcia, que mora com Adriana, foi demitida recentemente e não está conseguindo emprego, apesar de ter qualificação na área de vigilância e como frentista. Ela pede para quem quiser ajudar, entrar em contato pelo número (49) 99111-5198.

 

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