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Obras da estrada da Coxilha Rica avançam rápido

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O movimento de máquinas é intenso em vários trechos da estrada - Fotos: Adecir Morais

Da varanda de sua casa, sentado em uma cadeira de madeira, o aposentado Sérgio Aldori dos Santos, de 77 anos, observa máquinas rasgando o chão vermelho da estrada. É o prenúncio do progresso, já que a via (SC- 390), que dá acesso para a Coxilha Rica, passa por obras e, em breve, será asfaltada. Os trabalhos estão bem avançados.

“Moro aqui há 52 anos e sempre tivemos que enfrentar muita lama e poeira. Antigamente, quando chovia, nem dava para sair de casa, mas agora acho que tudo vai mudar. Com o asfalto, vai ficar melhor. Agora dá para acreditar que a obra vai sair”, diz o aposentado, que residente na localidade de Vigia, em Capão Alto, a poucos metros da estrada.

Divididas em lotes, a pavimentação da estrada Coxilha Rica anda a passos largos. Neste primeiro lote, os trabalhos compreendem um trecho de 27 quilômetros, entre a localidade de Vigia, partir da BR-116, até a encruzilhada de acesso às localidades de São Jorge e Bodegão. As obras do lote 2, até estas duas localidades, totalizando outros 15 quilômetros, ainda não foram licitadas.

De acordo com o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), 85% das obras de terraplanagem do trecho já foram concluídas. Nos próximos dias, deve iniciar a construção da camada asfáltica. O prazo para a conclusão das obras vai até setembro de 2020. O investimento do Governo do Estado é de R$ 46,6 milhões.

No trajeto, o movimento de máquinas e homens trabalhando impressiona. Para evitar transtornos, foi restringido o tráfego em parte do trecho. Quem precisar se deslocar até as localidades de Bodegão, São Jorge ou imediações, precisa usar a antiga BR-2. A restrição vale apenas para veículos pesados.

Além do asfaltamento, faz parte do projeto a construção de três pontes sobre os rios Arroio Penteado, Pelotinhas e Sanga Tatetos, com investimento de 5,7 milhões. Estas obras já foram concluídas.

O projeto também prevê a construção de uma galeria em um riacho perto do viaduto da linha férrea. Além disso, os responsáveis pelas obras analisam um pedido de construção de uma passagem em desnível no trecho, para a passagem de gado da região. A medida tem por objetivo evitar prejuízos no manejo dos animais, que eventualmente precisam atravessar a estrada.

Três pontes de concreto foram construídas sobre os rios Pelotinhas, Sangua Catetos e Arroio Penteado

Turismo

O turismo também poderá colher excelentes frutos com o projeto. Berço cultural e histórico de Lages, a Coxilha Rica tem um paisagem exuberante. Além disso, abriga taipas centenárias, o famoso Corredor das Tropas e fazendas históricas. Por conta disso, a região têm atraído um grande número de turistas nos últimos anos.

A cada ano, mais competições esportivas são realizadas na região e cavalgadas atraem turistas de vários países. A pavimentação facilita principalmente o trabalho das equipes de apoio, que precisam transportar insumos.

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Produção agrícola será facilitada

A Coxilha Rica é maior área rural despovoada de Santa Catarina. Com 113,5 mil hectares, correspondente a cerca de 120 mil campos de futebol, representa 42% do território de Lages – área mais extensa do que a maioria dos municípios do Estado. É usada para produção de gado, madeira e grãos.

A agricultura talvez seja o setor que mais se beneficiará com as obras da pavimentação da estrada. Estima-se que 30% da área da Coxilha possa ser usada para a produção de grãos, principalmente milho e soja.

A Cooperativa do Planalto Catarinense (Cooperplan) possui unidade de armazenagem de grãos na região. O asfalto vai passar a poucos metros do portão da unidade. “As obras terão fundamental importância para a agricultura e pecuária da região”, diz um dos sócios da cooperativa, Luiz Uncini.

Ele destaca que um dos problemas enfrentados pelos produtores diz respeito às estradas. E acredita que, com o asfaltamento, a área agrícola da Coxilha, que hoje é de cerca de 5 mil hectares, vai crescer bastante. O asfalto facilita o transporte dos insumos e depois

Atualmente a Cooperplan mantém uma unidade na localidade de São Jorge. A capacidade de armazenamento é de 40 mil sacas, mas em função da rotatividade, mais de 100 mil sacas já foram estocadas no silos.