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O CLentrevista é sobre segurança pública, com o comandante da PM, em Lages, Alfredo Nogueira

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Quais ações estão sendo realizadas para manter Lages segura?

Estamos acompanhando os indicadores de crimes violentos e contra o patrimônio e eles tiveram uma redução significativa de 2016 para o ano passado. Trabalhamos com programas preventivos não só em Lages, mas também em cidades que o batalhão abrange. Mas, claro, que temos problemas porque há uma crise geral no Brasil e é preciso fazer um esforço cada vez maior para enfrentar a criminalidade.

Dentre as ações de prevenção contra a violência está a rede de vizinhos, medidas de segurança no interior e o Proerd. Essas são as principais?

Temos quatro programas preventivos. Um deles é o Proerd que começou em Lages, há 20 anos, motivo de muito orgulho para nós. Outro é a a rede de vizinhos que passou mais 1,8 mil pessoas cadastradas, e, resgata o sentimento de comunidade que se cuida. Há um policial disponível 24 horas em cada célula da rede de vizinhos de Lages e das outras cidades que fazem parte. Há também a rede de segurança rural voltada para a população do interior. Outra rede é a de segurança escolar, que iniciou no ano passado e atua em 20 escolas, resgatando a ordem e disciplina.

As escolas de Lages têm sido alvo de atentados como furtos e invasões. A Polícia Militar está tentando coibir os crimes com esses programas preventivos?

A Secretaria de Educação é quem deve disponibilizar um guarda 24 horas para cuidar do patrimônio. Mas, evidentemente, que estamos atentos. Temos contato com os diretores para que aconteça um resgate da disciplina e da ordem, e se tenha um ambiente adequado à aprendizagem. São mais de 10 mil alunos envolvidos e nossa equipe atua de forma preventiva, com reunião de pais e interação com grupos que provocam desordem nas escolas Damos sugestões para orientar as equipes dos colégios, a fim de deixar o ambiente físico mais seguro.

Sabemos que Florianópolis tem tido problemas gravíssimos com a segurança e os demais municípios do Estado têm enviado policiais para ajudar a mudar esse cenário. Nesse sentido, Lages enviou parte do seu efetivo para a Capital? E, se mandou, esses policiais não fazem falta aqui?

Somos uma organização de Estado, mas que prestamos um serviço exclusivo para a comunidade da cidade. Historicamente, toda operação veraneio e eventos de grande proporção, disponibilizamos efetivo. Na Operação Inverno, que fizemos pela primeira vez no ano passado e vamos repetir neste ano, recebemos policiais de outras cidades do Estado. Há quase um mês, parte do nosso Pelotão de Policiamento Tático (PPT) está na Capital combatendo, junto a outros policiais, as facções criminosas. Mas não temos tido prejuízo com isso, nossos indicadores estão cada vez melhores e nos mostram que estamos no caminho certo.

O senhor falou que tudo o que é feito na Capital serve como um parâmetro do que precisa ser feito. Como isso acontece?

A Capital acaba sendo o grande cenário de tudo que acontece no Estado. É como se fosse um termômetro, o que dá certo lá, tem reflexo positivo. Da mesma forma, o que dá errado, repercute de uma maneira impressionante em todo Estado, até por conta das mídias sociais. E isso nos traz um sentimento de segurança ou insegurança. Nas últimas semanas, os indicadores de violência caíram assustadoramente em Florianópolis, desde o início da operação de combate à criminalidade. Para se ter uma ideia, em uma semana, aconteceu apenas um homicídio na Capital, e isso é pouco comparado ao que estava acontecendo.