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Nova alternativa aos fertilizadores convencionais

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Cambissolo Húmico – Lages. Os tratamentos, na ordem da esquerda para a direita, são: Testemunha (solo ácido natural), 2,5; 5,0 e 10 toneladas do remineralizador Olivina Melilitito finamente moído (filler); e 3 x a dose do fertilizante solúvel (NPK) recomendada para a soja - Foto: Divulgação

Os produtores rurais da Serra Catarinense poderão, em breve, contar com uma nova fonte de fertilizantes minerais, importantes não apenas para a nutrição das plantas, como o potássio, mas também para melhorar as condições do solo para a agricultura. Isso porque, o remineralizador chamado de “pó de rocha” passará ser explorado e comercializado legalmente na região.

Em Lages, uma pesquisa desenvolvida pelo Departamento de Solos e Recursos Naturais do CAV/Udesc , coordenada pelo professor, Jaime Antonio de Almeida, comprovou a eficácia do uso do pó da rocha Olivina Melilitito na remineralização dos solos para a produção da soja e do sorgo.

A partir de então, um grupo de empresários resolveu investir na produção e comercialização deste produto dentro dos moldes exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Segundo o professor, embora na região de Lages tenha muitas rochas com potencial promissor para uso como remineralizador, a usada no experimento, chamada Olivina Melilitito, é uma das mais eficientes e mais completas em nutrientes do Brasil. A rocha é extraída no município de Palmeira.

Após experimentos em vasos, constatou-se que o pó possui soma das bases (CaO, MgO, K2O) superior a 30%. Número considerado excelente, já que o exigido pelo Ministério da Agricultura é de que essa soma seja igual ou superior a 9%. Com isso, a expectativa é que a comercialização do novo produto se inicie já no ano que vem.

Cambissolo Húmico – Lages. Os tratamentos, na ordem da esquerda para a direita, são: Testemunha (solo ácido natural), 2,5; 5,0 e 10 toneladas do remineralizador Olivina Melilitito finamente moído (filler); e 3 x a dose do fertilizante solúvel (NPK) recomendada para o sorgo

Remineralizadores no país

No Brasil, estudos sistemáticos sobre diversos remineralizadores (insumos formados por rochas silicáticas moídas), oriundos de rochas, têm sido conduzidos e incentivados principalmente pelo pesquisador da Embrapa Cerrados, geólogo Éder de Souza Martins, desde 2000.

Em 2013, o Ministério da Agricultura estabeleceu as regras para registro e uso dos remineralizadores, os quais foram incluídos na categoria de insumos agrícolas. Portanto, existe a  possibilidade de que o pó de rocha possa ser usado como fertilizante, na mesma categoria dos fertilizantes solúveis do tipo NPK, que possuem três nutrientes principais para as plantas (nitrogênio, fósforo e potássio).

Contudo é necessário que apresente um conjunto mínimo de condições,  definidas por um uma soma de bases (CaO, MgO, K2O), que deve ser igual ou superior a 9%, o teor de K2O deve ser maior do que 1% e a rocha não deve possuir mais do que 25% do mineral quartzo.

Além disso,  deve demonstrar efeitos positivos no crescimento das plantas e melhoria das propriedades químicas do solo, através de experimentos. Para isso, há a necessidade de usar duas plantas com dois solos diferentes, com conteúdo baixo de quatro metais pesados; Mercúrio (HG), Cádmio (Cd ) Crômio (Cr) e o chumbo (Pb).

A rocha estudada apresentou todos os requisitos, muito acima do mínimo exigido, e a empresa já obteve o registro prévio do produto junto ao Mapa.