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Mudança climática transformou comunidades de roedores, diz estudo

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Londres, 24 maio/2010 (EFE).- A mudança climática ocorrida há 11.700 anos, na época cenozóica do Pleistoceno, que causou a extinção dos mamíferos de grande envergadura, também provocou efeitos que transformaram as comunidades de roedores.
No início do último aquecimento global ocorrido de forma natural, as comunidades de pequenos roedores reagiram de maneira inesperada, publica nesta semana a revista "Nature".
Esta mudança climática, que simbolizou a passagem do Pleistoceno ao Holoceno, provocou a extinção de um terço dos mamíferos de grande envergadura do subcontinente americano. Mas, até agora, era desconhecido o paradeiro dos mamíferos menores.
Um grupo de cientistas da Universidade de Stanford (Estados Unidos) estudou os fósseis de pequenos roedores do norte da Califórnia.
Segundo se constata desses fósseis, os roedores, em vez de se extinguirem, tiveram uma redução na uniformidade e riqueza de suas comunidades.
Assim, as espécies que antes da mudança nas temperaturas eram abundantes, se tornaram mais raras, embora mais adaptáveis, enquanto as espécies geralmente mais raras se tornaram mais comuns.
Segundo os cientistas, um efeito semelhante se espera hoje aos pequenos mamíferos, que têm de encarar em pouco tempo uma mudança climática cujos efeitos serão provavelmente mais fortes que os do Pleistoceno.
Os cientistas responsáveis pelo estudo opinam que as mudanças na estrutura e funções das comunidades de roedores deveriam ser estudadas como um importante indicador dos ecossistemas que estão em perigo na atualidade.
Em um segundo estudo publicado nessa mesma edição da "Nature", um grupo de pesquisadores da Universidade do Novo México (EUA) aborda a extinção das mais de 114 espécies de grandes mamíferos do Pleistoceno, como mamutes e mastodontes, e seu efeito nas emissões de gás metano à atmosfera.
Como o gado atual, os extintos herbívoros de grande porte produziam gás metano como parte de seu processo digestivo.
Segundo os pesquisadores, a quantidade de metano emitida por esses grandes animais já extintos era de 9,6 teragramas (trilhões de gramas) por ano.
Curiosamente, a extinção desses animais coincide com uma significativa queda das concentrações de metano na atmosfera, tal como registram as geleiras.
Os pesquisadores sustentam que a extinção desses herbívoros poderia explicar pelo menos 12% da redução dessas concentrações.


Foto: EFE / Divulgação

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