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Lettering a arte da escrita

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Arte: Guilherme Buratto

O desenho de uma letra pode ser mais do que apenas uma palavra escrita. Para muitos, é uma arte. Pode ser em quadros, paredes, canecas, e até mesmo tatuagens, o que vale é a imaginação. Desta forma o lettering está ganhando espaço no mercado, por desenhar e criar letras, com o objetivo de ilustrar da mesma forma que as figuras. A ideia é brincar com diferentes formas, para que, no fim, o texto pareça uma ilustração.

Algumas marcas já estão utilizando o recurso, transmitindo um conceito mais humanizado, com personalidade e exclusividade. Gleyce Krieser é jornalista e estrategista de marcas, adepta do recurso, explica que o lettering é diferente da tipografia, que utiliza letras pré-fabricadas. “Um pode arruinar o outro,” alerta. “A personalização das letras é uma tendência, mostra além da mensagem, comunica (sutilmente) que a marca está atualizada, é interessante e moderna. É atrativo combinar diferentes tipos de letras, sai do convencional.”

Fotos: Divulgação

Seu trabalho com comunicação vai além da assessoria das mídias. Junto a outros profissionais, ela desenvolve marca e escopos de negócios. Por isso, vê a importância de os conteúdos terem design atrativo.

Comercialmente, o lettering é utilizado para a produção de logos, ilustrações de vitrines, diagramação de livros, revistas, jornais, impressos ou digitais. Ela comenta que como a concorrência está muito acirrada, escrever com estilo, redação de marcas, mais técnicas de design proporcionam aderência orgânica à marca, tanto pela estética, como pelo conteúdo distribuído.

A produção de conteúdo tem a ver com o jornalismo, curso no qual Gleyce é formada, já que criar um conteúdo para a marca requer bom senso e critérios de noticiabilidade. “Nós estamos sempre atentos ao que as pessoas querem ler, ver e ouvir.”

Ela explica que as logos criadas através do lettering, geralmente têm um toque de amor e humor. “De amor por ser algo iniciado à mão e, somente depois, digitalizado. Além da forma comercial, a técnica também é utilizada por jovens e adolescentes para decorar e organizar seus cadernos. É um treino de caligrafia e criatividade.”

Maria Carolina Stringhini Correia, 15 anos, é estudante e utiliza a técnica em seus estudos. Há seis meses, viu algumas publicações no Instagram e se interessou pelo assunto. Foi em busca do material necessário e se empenhou para desenvolver a técnica. “De primeira ficou horrível e eu pensei que não daria certo. Então, comecei a ver vários vídeos no Youtube, até dar certo.”

Estudante do segundo ano do ensino médio, ela utiliza a lettering nos resumos da aula, para que fiquem atrativos. “Eu vejo como um hobby. Algumas amigas pedem para eu fazer as frases. E acredito que para quem quer tentar, o interessante nem é ter as canetas específicas e sim, treinar e se empenhar,” aconselha.

Antonio Jader Marques é diretor de arte para publicidades. Em seu trabalho, acaba utilizando a técnica, já que dentro do design gráfico o lettering acaba sendo uma das proficiências. A técnica não é sua especialidade, ele reproduz quando necessário, mas trabalha em parceria com artistas dedicados exclusivamente ao lettering.

Em Lages, ele fez o projeto artístico de uma padaria, e optou por contratar um profissional dedicado à técnica. Seu interesse surgiu pelo tema ser uma forma de expressão artística dentro do design. Desta forma, envolveu seus trabalhos, que têm a necessidade de expressar ideias de forma atraente e persuasiva.

 

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