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Judeus ortodoxos serão presos por impedir que filhas estudem com árabes

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Jerusalém, 16/06/2010, (EFE)

 

Oitenta pais ultra-ortodoxos de origem ashkenazi – judeus do centro e leste da Europa – se preparam para ingressar nesta quarta-feira em uma prisão por se negarem a permitir que suas filhas estudem na mesma sala de aula que meninas das comunidades judaicas do orbe árabe-islâmico.

 


As famílias envolvidas se negam a cumprir a ordem do Tribunal Superior de Justiça, que deu na terça-feira um dia de prazo para assinatura de um documento de aceitação da sentença emitida pela corte em abril para que a escola Beit Yaakov en Emanuel (uma colônia judia na Cisjordânia ocupada) deixe de separar as meninas nas salas de aula segundo sua origem.

 


Os 40 casais começaram na terça a procurar instituições que abriguem seus cerca de 250 filhos durante as duas semanas de prisão prevista pelo tribunal para quem desobedecer as ordens, informou o jornal Yedioth Ahronoth.

 


Trata-se de seguidores da seita hassídica Dinastia Slonim, que mantém há meses uma batalha legal para que a escola mantenha a segregação das meninas, que se dividem em classes segundo sua origem e cujo contato é evitado totalmente com uma cerca de separação no pátio e diferentes horários de recreio.

 


Em abril, após a ordem da justiça para que o colégio acabasse com a segregação, os pais ashkenazis decidiram deixar de enviar suas filhas à escola. As meninas, desde então, estudam em um centro não autorizado em edifício próximo.

 


Os juízes ordenaram então multar os pais por cada dia em que os estudantes não comparecessem à Beit Yaakov, mas as multas não foram quitadas.

 


Para os pais, a separação entre meninas ashkenazis e mizrahies não é discriminatória, já que se deve exclusivamente ao diferente seguimento que uma e outra comunidade fazem dos preceitos do Torá e de outras normas religiosas.

 


Os residentes ashkenazis de Emanuel consideram que o seguimento dos preceitos religiosos em suas famílias é mais estrito que o dos judeus procedentes do norte da África, motivo pelo qual não querem que suas filhas se juntem às sefarditas.

 

Foto: (EFE)

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