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Hospital não fornece remédio para tratar o câncer

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Foto: Susana Küster

Desde dezembro, mulheres que fazem tratamento de hormonoterapia, contra o câncer, atendidas pela Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), do Hospital Tereza Ramos, estão com medo de a doença voltar.

Isso porque, elas precisam tomar o remédio Anastrozol e não podem, pois o órgão não está fornecendo. Segundo elas, a informação é que não há prazo para voltar a fornecer. Se fosse barato, até que elas poderiam comprar nas farmácias, porém, o valor do genérico é R$ 660 e o original chega a R$ 900 na rede privada. Esse é o valor de uma caixa com 30 comprimidos, suficientes para um mês de tratamento.

Para não deixar o tratamento de lado, uma dessas mulheres, que prefere não se identificar por medo de represália, contou ao Correio Lageano que sua irmã tem comprado o remédio na farmácia e parcelado no cartão de crédito. “Mas ela não pode fazer isso sempre. Não temos condições e eu não sei mais o que fazer. Tenho medo de o câncer voltar. Precisei tirar uma mama.”

Além de ter tirado um seio, fazer quimioterapia e radioterapia, ela também precisa tomar este remédio por cinco anos. A Unacon forneceu somente por quatro meses. “Eu escutei outras mulheres antes de uma consulta e elas também estão sem o remédio. Precisamos dele para combater o câncer.”

A paciente está com receio de esta situação se prolongar por muito tempo, porque, se isso acontecer, não terá mais como a irmã parcelar o remédio. “Descobri a doença em 2016, tirei o seio, fiz quimio e radio. Mas, se eu não tratar, o câncer pode voltar. O médico me explicou que esse remédio combate as células cancerígenas.”

Em relação ao atendimento da Unacon, a paciente fez questão de dizer que “os profissionais da unidade são muito atenciosos”.

Governo coloca culpa em laboratório, que nega

O Correio Lageano entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina e, por meio de nota, recebeu a informação que a falta do medicamento Anastrozol foi ocasionada por problemas de fabricação.

A nota ainda diz que: “O fabricante da indústria farmacêutica, devido ao recesso de final de ano, ainda não encaminhou o remédio para a Secretária de Estado da Saúde”. Para finalizar, a assessoria de imprensa do órgão informou que a previsão é que a entrega do medicamento seja restabelecida em 10 dias.

No entanto, a assessoria do Eurfarma, laboratório que produz o medicamento, frisou através de nota que não há nenhum problema de fabricação. No documento enviado por e-mail, o laboratório, está no mercado há 46 anos, destaca que o estoque está normalizado e disponível para atender à demanda.

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