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Governo negocia com laboratório e reduz preço de remédio para tratamento de câncer
Rio de Janeiro, 18/05/2010
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou hoje (18) um acordo com o laboratório Novartis para redução de até 50% no preço do medicamento Glivec – usado no tratamento de aproximadamente 7,5 mil pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com câncer no sangue e um tipo de câncer gastrointestinal.
Depois de cinco meses de negociações, o ministério baixou o preço do comprimido de Glivec de R$ 42,50 para R$ 26,32, para as próximas compras, entre junho e dezembro. Em janeiro de 2011, o preço do medicamento cairá novamente e será de R$ 20,60.
“Essa economia nos permitirá aperfeiçoar políticas, incorporar novos medicamentos e melhorar a atenção ao câncer”, afirmou Temporão, após visita ao Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O acordo fechado com a Novartis também inclui outros remédios para o câncer. O ministro afirmou que no ano passado o governo federal economizou R$ 164,22 milhões na aquisição de nove fármacos e o valor final da compra foi 25% menor em relação à última aquisição, com reduções de até 55% nos preços. O ministro atribui as quedas nos preços às ações estratégicas adotadas pelo governo no setor e diz acreditar ter contribuído para o fortalecimento da indústria e do mercado nacional com a implementação de concorrência.
Segundo o ministério, em 2009, o governo federal gastou em negociação direta com o laboratório cerca de R$ 260 milhões para a compra de 8,5 milhões de comprimidos de Glivec.
O ministério tomou a decisão política de, a partir de janeiro de 2011, centralizar a compra do medicamento, e, assim, pagar menos pelo medicamento. A partir dessa mudança, o governo passa a negociar diretamente com os laboratórios e fará a distribuição dos medicamentos para a rede que oferece os tratamentos.
A nova estratégia já havia sido implementada na compra de cloridrato de sevelâmer, medicamento usado no tratamento de pacientes com problemas renais crônicos, submetidos à hemodiálise. O preço do comprimido chegou a R$ 0,89, antes vendido para os estados por R$ 1,98 a unidade. O resultado foi uma economia de R$ 45,48 milhões por ano.