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Furtos na região do Salto Caveiras se tornam rotina

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Sauro mostra uma das residências que foi arrombada - Fotos: Camila Paes

A calmaria do Rio Caveiras esconde um problema que tem preocupado os moradores da região do Salto Caveiras, em Lages: O arrombamento de residências. Em um único final de semana, seis casas tiveram pertences furtados. A comunidade acredita que os ladrões escolhem as propriedades que ficam vazias durante a semana e em áreas de alagado, onde conseguem chegar de canoa.

Dos dias 27 à 29 de julho, seis casas às margens do rio foram arrombadas. Os assaltantes desmontam fechaduras e têm livre acesso pelas residências, que geralmente ficam em locais mais afastados e de pouco movimento. Levam aparelhos eletrônicos, como televisores, bebidas alcoólicas e outros bens pessoais. Além de deixarem a casa bagunçada e espalhar comida e bebidas pelo chão.

Pela falta de barulho e de movimentação nas estradas, os moradores acreditam que os furtos são realizados com o auxílio de uma canoa. Na última ocorrência, uma embarcação foi levada e o proprietário a encontrou há muitos quilômetros de distância.

O presidente da Associação de Moradores do Salto do Rio Caveiras, Sauro Tadeu dos Reis, relata que as ondas de furtos acontecem durante alguns períodos do ano e param, mas retornam logo em seguida. “Há uns dois meses, aconteceram alguns furtos na região e isso tinha parado. Mas na semana passada, voltaram a atacar”, acrescenta.

Devido à distância entre as casas, ninguém avistou os bandidos ou percebeu o momento exato em que os crimes aconteceram. Sauro é avisado quando percebem que o furto já aconteceu e então, avisa aos proprietários. Por causa da escolha das casas, acredita-se que os criminosos conheçam muito bem a região e podem ser, até mesmo, moradores da região.

O presidente reclama da falta de policiamento na região e acredita que isso diminuiria significativamente o número de ocorrências. “Mas estamos cientes que a população não registra os casos”, ressalta.

Para que a Polícia Militar possa ter uma estatística dos crimes ocorridos na região, Sauro instruí que as vítimas registrem o boletim de ocorrência, para que exista um histórico dos fatos e isso facilite o aumento das rondas.

Um dos pontos em que faz Sauro acreditar na falta de registros, é porque a Polícia está distante da comunidade e há demora para o atendimento. “Uma solução seria uma base da PM aqui no Salto, para atender com maior rapidez”, ressalta.

PM faz rondas e pede que registrem BO

O comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, Alfredo Nogueira, ressalta que respeitam o desejo da comunidade e que atualmente, realizam rondas na região. “Todo mundo quer ser vizinho da PM”, acrescenta Nogueira, ao enfatizar que a instalação de uma base na região, não está adequada a realidade da PM, que já realiza operações preventivas e atende aos acionamentos.

Ele ressalta ainda que é muito importante que a população registre as ocorrências, porque até o momento, não conseguem perceber um aumento significativo da criminalidade, pois os indicadores da PM não são condizentes com a necessidade alertada pela comunidade. “As maiores ocorrências são de perturbação do sossego no verão e também furto” acrescenta Nogueira.

A região também possui Rede de Vizinhos e buscaram ampliar a rede de prevenção. Um dos problemas enfrentados pelas equipes é o acesso às residências, que só ocorre pelo rio. Ele alerta, ainda, pela importância de reforçar a segurança e não deixar objetos de valor nas casas sem moradores.

Falta de infraestrutura incomoda moradores

O autônomo, Valter de Andrade, revela outra questão que incomoda os moradores. É a falta de infraestrutura na região, como a iluminação e estradas. Valter conta que a mulher trabalha em um dos bares da região e para buscá-la, ele precisa de uma lanterna para iluminar o caminho. “Ninguém fala do Salto”, ressalta ele. Valter alega que, como morador, paga todos seus impostos, mas não tem os serviços básicos.

O empresário, Edson Küster, relembra que mais pessoas costumavam frequentar a região e que o movimento caiu em 80%. Ele é dono de um bar e de um mercado no Salto e revela que muitos empresários deixam de abrir, devido a falta de clientes. Mas ele mantém as portas abertas e faz questão de atender as demandas da população.

O secretário de Meio Ambiente, Euclides Mecabô, explica que farão uma varredura geral da iluminação pública no Salto e trocarão tudo o que estiver estragado. Entretanto, ele ressalta que o espaço público da região é só no parquinho e academia, que são feitas ações de limpeza periodicamente. Além disso, a coleta de lixo ocorre duas vezes de semana.

Falta de infraestrutura preocupa o morador Valter