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Família vive há três anos sem energia elétrica

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Chaiana precisa de ajuda para pagar sua dívida e ter energia elétrica em sua casa - Foto: Marcela Ramos

Viver sem acesso a energia elétrica é algo impensável em pleno século 21. O simples ato de carregar o celular, tomar um banho quente ou até mesmo assistir televisão, se torna impossível.

Agora, imagine ficar sem energia elétrica, não apenas por algumas horas, mas sim durante três anos. É assim que Chaiana Medeiros da Silva, de 29 anos, vive em sua casa, com suas cinco filhas. 

Moradora do loteamento Novo Milênio, na Rua Sérgio Antunes de Oliveira, em Lages, a vida não tem sido fácil para Chaiana. A casa de madeira que ganhou de herança de seus pais, já falecidos,  tem buracos e, em algumas partes, a madeira está em péssimo estado devido a intempéries.  

Faz cinco anos que a casa não tem energia elétrica. Antes dela residir ali, seus irmãos não pagaram a conta e a dívida totaliza cerca de R$ 2 mil, valor que Chaiana não tem condições de pagar. 

Mãe solteira, sobrevivendo apenas com o dinheiro que ganha do Bolsa Família e do Auxílio Reclusão, ela conta com ajuda de vizinhos e parentes. O telefone celular que sua filha mais velha, 14 anos, utiliza para fazer as pesquisas da escola, é carregado a cada 15 dias.

A televisão se tornou apenas um objeto sem utilidade e para tomar banho, mesmo grávida de sete meses de mais uma menina, ela vai até o quintal para partir lenha, fazer fogo no fogão e aquecer água.  “Aquecemos a água, colocamos em um balde e tomamos banho. No inverno é muito sofrido, o frio é extremo.” 

As vezes o vizinho empresta a energia elétrica para ela lavar a roupa. Quando não consegue, lava a roupa em um tanque improvisado que ela mesma fez. Quando a noite chega, a escuridão provoca medo nas crianças. Uma das filhas, tem pânico, e o escuro se torna o grande vilão.

“Ela acorda gritando durante a noite e começa ver coisas”, relata a mãe. Sem luz elétrica, o que resta são as velas, mas após dois princípios de incêndio, há algum tempo, agora a vela é apagada na hora de dormir. “O que faz falta aqui para minhas filhas, é a luz, precisamos dela”. 

Parcelamento

Conforme o gerente do Núcleo Planalto da Celesc, Gladimir Jeremias, ela precisa pagar a sua dívida. “Infelizmente ela precisa regularizar a dívida. Temos opção de parcelamentos.”

Teoria e prática

Conforme o Artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, todos os seres humanos têm direito a um padrão de vida capaz de assegurar a saúde e bem‑estar de si mesmo e da sua família, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora do seu controle. 

O artigo parece perfeito e bonito, mas são apenas palavras que não são cumpridas, pois ainda há aqueles que passam necessidades extremas na vida. Chaiana é apenas mais um dos casos da realidade brasileira, 

sem energia elétrica e com a casa em péssimas condições. Ela mal tem para o alimento. “Tem dias que não tenho um leite ou uma bolacha para dar as minhas filhas, isso é muito triste. Todo mundo merece uma vida digna e uma segunda chance. O que eu fui ontem já não sou mais hoje, eu mudei e preciso de ajuda”, conclui Chaiana.

1 Comentário

1 Comentário

  1. FRANCIELLE

    22/11/2019 at 21:54

    Realmente é muito triste viver sem energia elétrica. Mas se vive nestas condições , como consegue ter 5 filhos e gràvida novamente? Não pensa que é mais um anjo para sofrer… Onde está o serviço de assistência social que não está intervindo nesta família. Nó mínimo uma ligadura para está mulher… E claro assistência para estas crianças!!

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