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Falta de leito em hospitais sobrecarrega a UPA

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Sem leitos nos hospitais, UPA de Lages fica lotada - Foto: Adecir Morais

Dois meses após ser inaugurada, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lages já sofre com a superlotação. O local está sobrecarregado, principalmente de pessoas aguardando vagas para internação em hospitais da cidade. Na terça-feira (17), 19 pacientes aguardavam por internamento, alguns em estado grave e esperando por vaga em UTI. A situação chegou a tal ponto que a direção da unidade teve de emprestar camas do Hospital de Bocaina do Sul, que está desativado há cerca de sete anos, para acomodar pacientes.

A situação é tão dramática que, no último sábado, a secretária de Saúde do município, Odila Waldrich chegou usar as redes sociais para desabafar. “Chegamos ao limite, a UPA está com lotação máxima, 25 pacientes aguardando leito em hospitais, sem condições de atendimento, não tem mais cama, temos pacientes idosos em maca”, declarou Odila na ocasião.

Odila destacou que o principal motivo da sobrecarga de serviço na UPA é devido à falta de leitos em Lages e região. “Temos os hospitais de retaguarda em São Joaquim, Correia Pinto e Otacílio Costa, mas os pacientes não querem ir para estes locais. Isso dificulta muito a nossa situação, porque acaba sobrecarregando os serviços da UPA”, disse.

A falta de vagas de internação também foi motivo de crítica de moradores através das redes sociais. Internautas protestaram devido à falta de agilização do governo estadual com relação à ativação da nova ala do Hospital Tereza Ramos. Vale ressaltar que o Estado é o responsável pela regulação de leitos hospitalares em Santa Catarina.

Na terça-feira (17), a aposentada Maria da Glória Becker, 89, estava na UPA aguardando internação desde o último domingo (15). Morando no Bairro Santa Mônica, ela tem problema de pulmão e sentia muita falta de ar. “O médico disse que ela está apenas com 36% do pulmão funcionando. É complicado a gente ficar aqui esperando, sem saber se vamos conseguir internação”, reclamou o neto dela, Edson Muniz da Silva, de 35 anos.

O preconizado pelo Ministério da Saúde é que se aguarde no máximo 24 horas por um leito no atendimento de urgência/emergência, como é o caso da UPA. Após esse prazo e havendo a necessidade de internação, o paciente deve ser encaminhado para um hospital. Para Odila, a responsabilidade pela questão de internação é do estado também, não somente do município.

A UPA possui 20 leitos, conta com 27 profissionais de enfermagem, três médicos por horário, uma estrutura de atendimento maior em comparação ao serviço que era prestado no antigo Pronto Socorro Tito Bianchini. O local funciona 24 horas e atende, em média, 400 pessoas por dia.

Odila explicou que a unidade não é um local para internação e não pode ser utilizado para o tratamento do paciente. Conforme ela, cerca de 70% dos casos atendidos no local poderiam ser resolvidos nas unidades de saúde dos bairros. A “UPA não é para internar, mas para cuidar de uma doença aguda, como uma febre. A pessoa vai lá, passa pela classificação, é medicada, aguarda na recuperação e vai para casa. É só Lages que se interna em UPA, em outros municípios não existe isso. Tem paciente que fica lá até seis dias por falta de leito”.

Na terça-feira, a reportagem encaminhou e-mail à Secretaria de Estado da Saúde questionando o órgão sofre a falta de leitos nos hospitais de Lages, até quarta-feira (18), o pasta não havia dado um retorno. Quarta à noite, o secretário de Estado da Saúde, Elton Zeferino, esteve em Lages para participar de uma audiência pública na Câmara de Vereadores a fim de debater a situação da nova ala do Hospital Tereza Ramos. Ao falar sobre o assunto, ele afirmou que que o Governo do Estado vem trabalhando para resolver os problemas. E afirmou que este ano houve um aumento de 32% na oferta de vagas nos hospitais de Lages.

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