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Ex-promotor visita antigo Fórum Nereu Ramos

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Mário Edgar Wolff foi promotor em Lages e atuou no antigo fórum - Foto: Fabrício Furtado/ Divulgação

A decisão de reabrir o Museu Histórico Thiago de Castro (MTC) aos sábados, feriados e durante as férias tem rendido uma média de 30 visitas por dia.

Durante a primeira semana de 2018, tanto o MTC quanto a Fundação Cultural de Lages (FCL) têm recebido inúmeros turistas de outras cidades, e, uma dessas foi do ex-promotor de Justiça, Mario Edgar Wolff, de 83 anos.

Nascido em Joinville, tem pais lageanos, e em 1944 sua família retornou a Lages. Passou pela Escola Vidal Ramos, Colégio Diocesano e formou-se em Direito, em Curitiba, em 1960.

Nos anos 70 foi Promotor de Justiça no Fórum Nereu Ramos. Em 1977, foi para Blumenau, onde se aposentou.

Agora, 40 anos depois, volta para reviver as memórias do antigo Fórum que hoje abriga o Museu Histórico Thiago de Castro e a Fundação Cultural de Lages.

Mario visitou todas as dependências do prédio do antigo Fórum Nereu Ramos e a cada espaço parava e baixava a cabeça para resgatar os cinco anos que passou atuando como promotor da Segunda Vara Criminal de Lages, entre 1972 e 1977 em Lages.

Das lembranças, recorda com carinho de nomes importantes da Justiça lageana, como do diretor e juiz do Fórum, Vilson Vidal Antunes, juiz José Joaquim Lisboa, juiz Hélio Veiga Magalhães, Dona Lia, que era escrivã da segunda Vara Criminal, o escrivão do cartório da Vara Civil Luiz Carlos Silva (o famoso Tio Lisca), e oficiais de justiça Bráulio e Rogério, entre outros.

Ao passar pela sala onde fica o acervo documental do MTC, Wolff lembra que ali ficava a sala do Juiz de Paz, Francisco dos Santos Machado, mais conhecido por Machadinho. “Aqui o Machadinho organizava as filas de casais”, relembra.

Dos advogados, ele fala de Cid Couto, Erasmo Furtado e Murad Mussi. “Cid Couto era explosivo e incisivo, Furtado era mais calmo e Murad surpreendeu por sempre ter atuado na área civil, mas em um processo atuou como criminalista dando um verdadeiro “show” de defesa.

O crime do hotel do Coral

Sobre os casos mais importantes em que participou, Wolff conta sobre o assassinato de um empresário do Bairro Coral, dono de um hotel, por uma quadrilha do Rio Grande do Sul.

Segundo ele, o empresário tentou reagir e foi baleado pelo chefe da quadrilha que foi preso pela polícia. “O bandido foi ferido e encaminhado para o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres. Em frente ao hospital, populares clamavam aos médicos que deixassem o atirador morrer,” recorda.

Depois, o assassino foi levado para o julgamento no Fórum. “O que nunca esqueço é que durante o seu julgamento ele olhava fixamente para mim e para o juiz. Perguntei o motivo daquela atitude e ele disse: quando sair da cadeia, pretendo voltar a Lages!”.

A sala dos Passos Perdidos

Hoje, onde é o auditório Mario Augusto de Sousa, nas dependências da FCL, era o Salão do Júri do antigo Fórum. Mario Wolff circulou pela sala e relatou como era o procedimento. “Havia os debates, duas horas para acusação, duas horas para defesa. Se eu pedisse réplica, tinha mais uma hora de trabalho, o mesmo valia para a defesa. Então, como dizem os lageanos: nós varávamos as noites”. Essa sala aqui, nós, promotores e advogados chamávamos de “A Sala dos Passos Perdidos”, pois caminhávamos para lá e para cá durante horas. E por qual motivo o nome? Quem perdesse a causa, teria caminhado em vão”, diz.

O Museu Thiago de Castro está aberto para visitação de terça a sexta-feira das 8h30 às 12h, e das 14h às 17h e aos sábados das 9h às 13h.

A Fundação Cultural também está atendendo normalmente, inclusive com exposição fotográfica “Revivendo o Passado – Uma Viagem no Tempo”, que mostra a Lages de 1907 até a década de 1970.

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